Entenda a importância da ética jornalística em casos de suicídio
Um dos primeiros aprendizados no estudo do Jornalismo é que não devem ser noticiadas mortes por suicídio; entenda
Você sabe porque a redação do portal Clic Camaquã não noticia casos de suicídios? No ensino superior de Jornalismo, um dos primeiros aprendizados diz respeito à ética jornalística, que visa apurar a percepção de futuros comunicadores, servindo como um manual adotado por redações, onde jornais, sejam eles mídia impressa, televisão, rádio e mais recentemente a internet, costumam seguir.
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Infelizmente, a prática não é seguida por todos os veículos de comunicação. Alguns veículos ainda optam por dar publicidade e trazer detalhes sobre suicídios isolados, sem respeitar a dor dos entes afetados.
Um dos primeiros aprendizados em Jornalismo é que não deve ser feita a cobertura de mortes por suicídio. Segundo a Folha de Campo Largo, essa é uma espécie de proteção à sociedade, já que a retratação de um caso de forma “romantizada”, com detalhes, ou espetaculosa, podem levar outras pessoas que tenham doenças mentais, somados a pensamentos suicídas, a também tirarem sua própria vida.
Não dar publicidade a este tipo de caso é um meio de preservar a família daquela pessoa, sua dor e sua intimidade.
Èmile Durkheim, sociólogo francês, escreveu o livro “O Suicídio – Estudo de sociologia”, no qual traz, de forma resumida, que o suicídio é um ato individual, mas que reflete toda uma sociedade e impacta sobre ela, também referenciando a situação em que noticiar essas situações poderiam desencadear novas.
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Uma das dúvidas criadas por esta situação é o porquê dos jornais noticiarem casos de homicídio. Com relação ao suicídio, são situações diferentes.
O homicídio tange o coletivo e a abordagem da editoria policial servem como denúncia. A notícia de um ou mais homicídios traz alerta à população sobre o ambiente social, aumentando o cuidado com a própria segurança em relação a outro.
Já o suicídio tem motivos bem mais individuais, barreiras que não podem ser quebradas.
De acordo com o jornal Folha de Campo Largo, o compromisso do profissional de jornalismo é sempre com temas de relevância, o famoso interesse público, que às vezes acaba esbarrando com o interesse do público.
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“Somos porta-vozes da sociedade, e também exercemos a função de criadores de opinião – seja ela favorável ou contrária – e também de educar, alertar o leitor.”, alerta a publicação.
A função do jornalista frente a este sensível tema deve funcionar como uma ponte para que, quem precise de ajuda, a encontre.
Sendo assim, o suicídio só deve se tornar notícia quando causa outra vítima (homicídio seguido de suicídio) ou em reportagens que visam diminuir as ocorrências deste tipo de morte.
Com o advento das redes sociais e o aumento dos usuários que veem a internet como espaço de “liberdade de expressão”, vemos diariamente a falta de respeito dos seres humanos – sem qualquer formação na área, vorazes para dar uma notícia “quentinha”.
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A posição do Clic Camaquã
Seguindo esta linha, o portal Clic Camaquã não veicula e nem faz menção à qualquer crime de suicídio ocorrido na região de Camaquã, respeitando a dor e o sofrimento dos familiares e amigos deixados, entendendo que, com raras exceções (como citado acima), o tema não oferece relevância jornalística.
As matérias veiculadas com relação ao tema possuem mensagens de prevenção e concientização para os problemas que ocasionam o suicídio.
A seguir, exemplos de matérias com relevância a comunidade feitas pelo Clic Camaquã:
– Tentativas de suicídio entre crianças e adolescentes aumentam 48% em um ano em Camaquã
– Instituto Cônego Luiz Walter Hanquet recebe palestra “Falando abertamente sobre suicídio”
– Roda de Conversa da APC aborda e esclarece dúvidas sobre depressão, suicídio e saúde mental
– Psicólogas falam sobre o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
– HNSA ressalta importância do Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio e da campanha Setembro Amarelo
– Setembro Amarelo: 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio
– Setembro Amarelo colocando luz nas discussões sobre o suicídio e o desequilíbrio mental