Delegados e policiais civis só vão atender casos graves nesta quinta, decidem entidades
Asdep decidiu suspender as operações policiais até que o governo do Estado solucione a falta de vagas em presídios.
O parcelamento dos salários dos servidores públicos estaduais e o depósito de R$ 1,2 mil referente à folha de pagamento do mês de agosto levou a Associação dos Delegados de Polícia do RS (Asdep) a decidir pela paralisação das atividades nesta quinta-feira. As delegacias vão atender apenas casos graves, a critério do delegado de plantão.
A Asdep também decidiu suspender as operações policiais até que o governo do Estado solucione a falta de vagas em presídios. Segundo a associação, o problema motiva a manutenção ilegal de presos em delegacias de polícia, colocando em risco a vida de policiais, presos e da população.
Em nota, a Asdep declarou também que os delegados não vão participar dos desfiles de 7 e 20 de setembro, “pela incoerência de dispender os já insuficientes recursos materiais e humanos com que contam os órgãos da Polícia Civil atualmente”.
Servidores
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Sinpol-RS) também orientou que a categoria atenda somente casos graves a partir de agora, atuando em todas as delegacias de forma padronizada. Foram suspensas as operações policiais, o cumprimento dos mandados de busca e apreensão e dos mandados de prisão, até que o pagamento dos salários seja integralizado.
“É a única forma de pressionar o governo a cumprir o que diz a lei: que é pagar os salários dos servidores”, explicou o vice-presidente do Sinpol-RS, Emerson Ayres. De acordo com Emerson, a categoria só vai atender casos graves como crimes contra a vida, situações de violência doméstica, violência contra idosos ou menores. “Não é possível cobrar de um policial que ele trabalhe o mês inteiro para receber menos de 1/5 do seu salário”, disse.
Mais cedo, a Ugeirm Sindicato, que representa escrivães, inspetores e investigadores, já havia assinado um documento em conjunto com entidades de policiais militares, agentes penitenciários e peritos definindo paralisação de 15 horas, nesta quinta, e operação-padrão a partir de sexta-feira.