A tijolada de uma imprensa séria
Voltei a Camaquã para colocar em ação tudo aquilo que aprendi na teoria e na prática. Estudei por quase cinco anos as técnicas do jornalismo no curso de comunicação social da Universidade Luterana do Brasil. E ao mesmo tempo que absorvia os ensinamentos em sala de aula, tive a oportunidade de coloca-los em prática nas redações da Ulbra TV e da RBS TV em Porto Alegre.
Nestas duas empresas onde trabalhei como profissional de carteira assinada, eu tive as melhores das experiências. Fiz matérias que foram vistas por milhares de pessoas em todo o Estado assim como foram assistidas em todo o País e até fora dele. Com as minhas matérias consegui ajudar muita gente e consequentemente muita gente me ajudou a ser um profissional e uma pessoa melhor.
Um trabalho sério realizado em empresas sérias e que me rendeu no mínimo, credibilidade. De volta a Camaquã tive a sorte grande em continuar esse trabalho em uma empresa com o mesmo propósito, a Rádio Acústica FM 97,7. À frente do jornalismo da emissora desde dezembro do ano passado e do portal de notícias Clic Camaquã, que lancei na cidade em fevereiro, passei por situações constrangedoras mas a que protagonizei recentemente nunca tinha passado. Nem nas demais empresas.
Um homem tentou me agredir a tijoladas enquanto realizava o meu trabalho ao constatar o uso de máquinas da Prefeitura Municipal de Camaquã no recolhimento de entulhos de uma casa demolida em um terreno particular. Ele foi constratado pela proprietária do imóvel para demolir a casa que existia no terreno. Como doou o entulho da construção civil para a secretaria municipal dos transportes realizar a manutenção das estradas do interior, máquinas e servidores da prefeitura limparam o terreno para o empreiteiro.
Ele tentou me intimidar mas não conseguiu. Tudo foi gravado e fotografado e a ameaça, além de ser destaque na imprensa estadual, foi parar na justiça, onde este homem vai ter que se explicar.
E o caso das máquinas e profissionais da secretaria municipal dos transportes de Camaquã, trabalhando em um terreno particular, vai ter que ser explicado pelas autoridades. Na programação jornalística da Rádio Acústica FM e no Portal Clic Camaquã, que estão apurando as informações e no Ministério Público que deve apurar o caso a partir desta semana.
Seria cômico se não fosse lamentável o caso da ameaça que sofri. Ele agravou o episódio das máquinas e profissionais da prefeitura no terreno particular. E o compromisso de uma imprensa séria, livre e independente é aprofundar os fatos. Pensei que iria ver a notícia estampada nas capas dos jornais locais, que tiveram tempo de redigir uma matéria ou nos blogs e sites que são acessados por muitas pessoas. Mas infelizmente nada foi relatado nestes veículos, mesmo o assunto estar na boca do povo. Apenas a Rádio Acústica FM, que revelou o caso, o Portal Clic Camaquã e a Rádio Camaquense AM.
Sorte que trabalho em duas empresas comprometidas com a verdade e que sabem diferenciar departamento comercial do departamento de jornalismo. Espero que o prefeito João Carlos Machado, que tenho grande apreço pela sua seriedade e transparência em sua administração, tome providências com relação a este caso.
Deixo claro que não sou político, não tenho partido e nem tenho pretensões a ocupar cargo público. Apenas quero continuar trabalhando e contribuindo para o crescimento da minha querida Camaquã que necessita a muito tempo de uma imprensa séria e comprometida com a verdade.