Um pai policial e um pai presidiário: Camaquenses falam sobre diferentes realidades da paternidade
Confira a matéria em vídeo com o depoimento de dois camaquenses pais com realidades totalmente diferentes e a emocionante homenagem que os filhos prepararam a eles
Um policial e um presidiário. Realidades de vida totalmente opostas com uma única coisa em comum: paternidade. Para este dia dos pais, o Clic Camaquã preparou uma matéria em vídeo contando a história de dois camaquenses, o policial militar Gilmar Zacher e o presidiário, que será identificado pelas iniciais J.E.O.Q.
Policial
Gilmar Zacher, 2º Sargento da Brigada Militar, atua há 13 anos na Polícia. Ele é pai do Kauã, de 5 anos. Gilmar conta que, por ser divorciado, não fica todos os dias com o filho, mas se organiza o máximo possível para conciliar o trabalho e a convivência com o pequeno. Segundo ele, Kauã tem muito orgulho da profissão do pai e a brincadeira preferida dele é ser policial.
Por conta de compromissos de trabalho em outras cidades, Gilmar já teve que ficar até 15 dias longe de Kauã “A tecnologia ajuda, a gente se falava por telefone, mandava foto no WhatsApp” conta. Emocionado, ele fala do quanto ser pai mudou a vida dele, fazendo com que tenha mais cuidado no trabalho, nas abordagens do dia a dia, principalmente em locais de risco, tudo que faz é pensando no filho. “Tu pensa que se acontecer alguma coisa contigo, não vai mais poder criar ele, que ele precisa de ti. É uma profissão difícil, tu sai de casa sem saber se vai voltar”.
A melhor parte de ser pai, para Gilmar, é chegar em casa e ver o filho brincando. “Tudo que eu faço é por ele, pra dar uma vida melhor pra ele, tanto em bens materiais quanto em educação”.
Presidiário
J.E.O.Q, de 39 anos, está recluso no Presídio Estadual de Camaquã há 5 anos. Tem 3 filhos, João Vitor, de 15 anos, Camily Vitória, de 6 anos e Pedro Henrique, de 5 anos.
As crianças visitam o pai todo domingo e passam o dia jogando bola e conversando sobre a semana. Quando vão embora, Pedro Henrique pergunta se o pai não vai junto com eles.
Na escola, sofrem pela falta do pai nas reuniões e apresentações em datas festivas. João Vitor, de 15 anos, tem o sonho de ser Agente Penitenciário e já sofreu preconceito por parte de outros adolescentes, que pararam de conviver com ele por ter um pai presidiário. Pedro Henrique quer ser bombeiro.
Assim que sair da cadeia, J. pretende recomeçar a vida para poder cuidar do filhos na rua, poder sair, levar para passear. Não quer voltar para a prisão, jamais. “É difícil, sinto muita falta deles. A sociedade julga muito, mas ninguém da uma oportunidade pro presidiário recomeçar. Não é porque somos presidiários que não queremos uma nova chance”.
Neste dia dos pais, as crianças vão passar o dia com ele no presídio, com bolo, balões e salgadinhos.
Confira os depoimentos em vídeo: