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Descuido de médico com nome social de mulher trans vira linda lição de empatia

O médico pergunta se ela já melhorou da dor e Yasmin diz: “Eu to melhor é da minha dignidade, doutor"


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 28/12/2019
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Entre uma consulta e outra em um agitado hospital público do Rio de Janeiro (RJ), o médico Eduardo Fernandes chamou apressadamente um nome para sua sala de atendimento. Exclamou ‘João da Silva!’, conforme estava escrito no papel. Subitamente uma mulher trans se levanta, para sua surpresa.

Em meio a risadas e um constrangimento generalizado no hospital, ela se levanta enquanto o médico lamenta pelo descuido. Durante a consulta, Eduardo pergunta ‘qual é o nome’ da mulher, ao que ela responde: ‘Yasmin Victoria’. Ela estava sentindo uma dor na lombar.

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Minutos após a avaliação, Yasmin retorna à sala do médico com um bombom Serenata do Amor em uma das mãos.

Eduardo pergunta se ela está melhor, ao que ela responde: “Eu to melhor é da minha dignidade, doutor. Eu fui muito bem tratada, mas achei o olhar do senhor triste. E dizem que os olhos são o espelho da alma. Posso dar um abraço no senhor?”

Transfobia é um problema crônico no Brasil

O relato foi publicado no perfil do médico no Facebook há cerca de seis meses e já acumula mais de 200 mil reações e 104 mil compartilhamentos.

Em meio a uma sociedade ainda tão transfóbica como a brasileira, o relato é um oásis, um frescor que contrasta com tantas notícias ruins.

De acordo com a ONG Transgender Europe, apesar do Brasil ser um país mais aberto à comunidade transexual, travesti e transgênera se comparado às nações da África, Oriente Médio e Sudeste Asiático, infelizmente somos a nação que mais mata indivíduos dessa comunidade em todo o mundo.

Avanços contínuos tem atenuado esse problema nos últimos anos, como a possibilidade de utilizar o nome social em repartições públicas – 2000 mudanças foram confirmadas em cartório apenas em 2019.

Eduardo comentou a repercussão do seu relato que se tornou viral. “Assustado porque é impressionante o tanto de gente me parabenizando por ter feito nada menos do que minha obrigação. Contei essa história para falar de como eu me senti trocando de posição cuidador/cuidado, porque naquele dia especificamente, eu estava muito mal. Foi muito difícil sair de casa para ir ao plantão. Não escrevi para me vangloriar de ter feito o meu papel de respeitar o nome social”, afirmou.

Confira o texto que o médico publicou em seu perfil no Facebook:

“Dia comum de atendimento num pronto socorro, lotado, vou até a porta do consultório chamar o próximo paciente. “ Sr João da Silva”.
Do meio da multidão de pessoas que estavam sentadas na sala de espera, uma mulher trans responde ao chamado. Vejo risos e olhares de condenação… um senhor que aguardava na primeira fileira de cadeiras solta um comentário irreproduzível.A paciente adentra o consultório na velocidade da luz, visivelmente constrangida. A queixa era simples,um quadro de dor lombar,atribuído à sua atividade laboral.
No final do atendimento, pergunto: “ como você quer que eu escreva seu nome na receita?”. Ela olha desconfiada e me responde reticente: “ pode ser Yasmin Victoria? “. Assim escrevo, e peço que vá fazer a medicação e retorne após um período para avaliar se houve melhora da dor. Assim que a paciente se levanta e sai, vou até a porta e digo bem alto: “ Yasmin, não esqueça de voltar após a medicação. E desculpe a confusão que fiz com os nomes”.
Dez minutos depois, Yasmin retorna ao consultório com um bombom “serenata do amor” em mãos. “ Ué, já tá melhor dor ?”, pergunto. “Eu to melhor é da minha dignidade, doutor. Eu fui muito bem tratada, mas achei o olhar do senhor triste. E dizem que os olhos são o espelho da alma. Posso dar um abraço no senhor?”
Ganhei o dia. Não só porque ando mesmo naqueles dias de pouca luz em que a gente faz um esforço danado para não deixar comprometer o trabalho, e um chocolate sempre cai bem nessas horas, mas principalmente porque senti no abraço acolhedor de Yasmin a diferença que o respeito faz na vida nas pessoas. E ela fez muito mais diferença na minha vida que eu na dela, certeza.”

 

 


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