Manifestantes deixam praça de pedágio em Rio Grande após manhã de protesto contra o valor das tarifas
A manifestação ocorreu por aproximadamente 3 horas na manhã desta sexta-feira (12), período em que as cancelas foram abertas e veículos passaram sem pagar a tarifa
Manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e Central Única dos Trabalhadores (CUT) abriram as cancelas da praça de pedágio de Capão Seco, no km 52 da BR 392, em Rio Grande, na manhã desta sexta-feira (12). O protesto ocorreu por aproximadamente 3 horas, período em que as cancelas foram abertas e veículos passaram sem pagar a tarifa.
Os pedágios da Ecosul, com cinco praças na Zona Sul do Rio Grande do Sul (duas na BR 392 e três na BR 116), são os mais caros do Brasil em rodovias federais após o recente aumento de 28,9% aprovado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A tarifa básica, por exemplo, saltou de R$ 15,20 para R$ 19,60 no dia 1º de janeiro de 2024. A empresa completou 25 anos de concessão em 2023.
Uma série de ações que buscam reverter o reajuste estão sendo realizadas por entidades e lideranças. Além disso, o objetivo também é realizar uma nova licitação com outro modelo de contrato após o encerramento da concessão da Ecosul, em março de 2026. Ações tramitam no Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal Regional Federal (TRF) e Ministério Público Federal (MPF). A Associação dos Municípios da Zona Sul (AZONASUL) também acionou a Justiça contra o “preço abusivo” dos pedágios.
No dia 3 de janeiro uma manifestação pacífica foi realizada simultaneamente em Camaquã, no km 1 da concessão, e em Rio Grande. Naquela ocasião, os vereadores rio-grandinos Edisnei Rodrigues, Luciano Figueiredo e “manifestantes não identificados” foram intimados pela Justiça. A ação movida pela Ecosul e despachada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS) previa multa de R$ 1.000,00 para cada manifestante.
No protesto desta sexta os manifestantes também não bloquearam a rodovia, mas não permitiam que as tarifas fossem cobradas. Os funcionários da concessionária foram retirados das cabines por segurança. A PRF e equipes da operação da Ecosul permaneceram no local até o final da manifestação, que encerrou por volta das 12h.
Durante o ato, colorido pelo vermelho das bandeiras dos movimentos e do Partido dos Trabalhadores, os manifestantes distribuíram um panfleto onde culpam o ex-governador do Rio Grande do Sul, Britto, e o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso, pelo contrato firmando em 1998 com a Empresa Concessionária de Rodovias do Sul.
Texto: Pablo Bierhals