Polícia Civil prende filha e neto de idoso desaparecido com a esposa desde fevereiro
O casal foi visto pela última vez no fim de fevereiro, em Cachoeirinha, onde residem
Na tarde da sexta-feira (6), a Polícia Civil prendeu a filha de 47 anos e o neto, de 26, do idoso Rubem Heger, 85, que está desaparecido desde final de fevereiro junto a esposa Marlene Heger Stafft, 53. A prisão ocorreu em Canoas, na Região Metropolitana. O casal foi visto pela última vez no fim de fevereiro, em Cachoeirinha, onde residem. Um novo laudo pericial confirmou presença de sangue na parede da residência do casal e o material tem o mesmo perfil genético do idoso.
A filha e o neto do idoso são suspeitos de envolvimento no desaparecimento das vítimas. A possível motivação para o crime, segundo informações da Polícia Civil, seria uma vingança devido à relação conturbada entre o idoso e a sua filha. O delegado Anderson Spier, da 1ª Delegacia de Cachoeirinha, diz que a prisão preventiva se deu pelo fato deste novo laudo pericial, que foi concluído e remetido aos investigadores na última quarta-feira (4).
Desde que o casal desapareceu, familiares vinham fazendo buscas e manifestações. Com o passar dos dias, os parentes tinham poucas esperanças de localizá-los com vida. Rubem fazia uso de medicação controlada e de oxigênio. Desde o desaparecimento do casal, não houve qualquer movimentação bancária por parte dos dois. Familiares, que suspeitavam do envolvimento da filha e do neto com o sumiço, receberam a notícia sobre a prisão com alívio.
Filha nega envolvimento
Nas duas vezes em que foi ouvida pela polícia, a filha de Rubem negou envolvimento no sumiço do pai e da madrasta. O advogado Rodrigo Schmitt da Silva, responsável por representar os investigados, afirma que a filha e o pai tinham boa relação e que não haveria motivos para que ela cometesse algum crime contra ele. Sobre a perícia, o advogado questiona de qual data seria o material coletado.
Resultado pericial
A perícia do IGP constatou que o sangue coletado na parede da sala da casa dos fundos de onde viviam Rubem Heger e Marlene Heger, em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre, pertence a Rubem. Em março, peritos criminais realizaram a coleta de 23 vestígios nas duas casas e na área externa do terreno onde vivia o casal, que está desaparecido. Uma camiseta infantil, que estava na área de serviço anexa à casa dos fundos, também continha sangue e permanece em análise pericial genética.
Os materiais passaram por análise laboratorial na Divisão de Genética Forense. Primeiro, foram feitos testes para determinar se o material coletado era sangue humano. Em uma segunda análise, foi possível apontar que o perfil genético pertencia ao dono do imóvel. O veículo da filha do casal também foi periciado, mas não foram encontrados vestígios de sangue humano.
Já a Divisão de Química Forense, também pertencente ao Departamento de Perícias Laboratoriais do IGP, realizou a pesquisa em restos de comida e em uma seringa encontrada na casa, sem encontrar substâncias tóxicas.