Com oito assaltos à banco durante o feriado, delegado diz que não há motivo para pânico
Mesmo depois de mais três ataques a terminais bancários durante o feriadão de Páscoa no Rio Grande do Sul, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) entende que a situação não deve levar pânico à população. O delegado Joel Wagner, titular do Deic, garante que as organizações criminosas por trás dos oito ataques a banco registrados até o momento estudaram, previamente, os locais de ataque e não atacaram no feriadão por acaso: “eles sabem onde vão lucrar mais e se arriscar menos. Nos feriadões, as cidades costumam estar mais vazias. E, no caso da Páscoa, antecede dia útil de pagamento, o que leva os caixas a estarem abastecidos”, relatou. Wagner disse ainda que é preciso diferenciar as ações de furto qualificado e roubo: “o furto qualificado é o ataque usando maçarico, ou arma nenhuma. O roubo é o ataque armado”.
Segundo o delegado, os casos registrados nessa madrugada configuraram furto em Porto Alegre e Alvorada, onde os bandidos foram mal sucedidos na ação, e roubo nos casos de Viamão e Minas do Leão. Em Viamão, os bandidos atacaram um supermercado e levaram vários volumes em mercadorias e danificaram um terminal bancário que fica no interior do estabelecimento. Já em Minas do Leão, o caso foi mais grave: de acordo com Joel, o bando que agiu na cidade usou explosivos e pode ser especializado nesse tipo de crime. O Deic reforça que boa parte das quadrilhas especializadas vem de Santa Catarina e retorna ao estado de origem imediatamente após a execução do crime. Os casos registrados principalmente no Norte do Estado estão diretamente ligados a esses bandos, completou o delegado.
Número de ataques aumentou em 2015
De acordo com a 8ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp), com apoio técnico do Dieese, o número de casos subiu 95,4% desde 2011. Nesses quatro anos, os arrombamentos aumentaram 147,4% e os assaltos tiveram elevação de 19%. O Rio Grande do Sul aparece em quarto lugar na pesquisa, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Foram 241 investidas criminosas em todo o ano de 2014, o que revela uma média de 0,66 casos por dia. Em 2014, a média geral no Brasil apontou elevação de 7% no número de ataques em relação ao ano anterior, numa média de 8,63 por dia.
Em 2015, o Sindibancários revela que apenas nos três primeiros meses do ano a média de ataques já é 50% superior que o total de casos semelhantes em todo o ano passado. Em comparação com o mês de março em 2014, a contagem é semelhante, uma vez que foram registrados 56 casos no mesmo período. A contagem leva em consideração o dia 16 de março, data até a qual já haviam sido contabilizados 51 furtos qualificados ou roubos a agências e caixas eletrônicos. O Sindibancários admite que a contagem pode estar defasada, uma vez que o acompanhamento é feito exclusivamente a partir de notícias publicadas na imprensa.