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Em 18 anos, 2 mil pessoas foram mortas em assaltos no RS

Embora o crime esteja em queda neste ano, desde que indicadores começaram a ser divulgados, a média é de uma pessoa vítima a cada três dias no Estado


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 21/12/2019 Atualizado 26/01/2022
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Três jovens retornavam juntas de um bar no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre, na madrugada de 18 de novembro. Caminhavam pela Rua da República quando foram surpreendidas por um assaltante. Enquanto fugia, Nathana Stephany Marques Gay, 23 anos, viu uma amiga que havia ficado para trás, imóvel na mira da arma. Para acudi-la, tomou o caminho de volta e partiu para cima do criminoso. A decisão lhe custaria a vida. Atingida por um disparo na cabeça, Nat completou uma estatística trágica. Com a morte dela, chega a 2 mil o número de latrocínios em 18 anos no Rio Grande do Sul. Por outro lado, os dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado apontam que o crime apresenta redução neste ano.

Naquela segunda-feira na qual foi morta, Nat deveria ter passado de recepcionista a assistente administrativa na corretora de seguros onde trabalhava, também na Cidade Baixa. Ela morava neste mesmo bairro, onde cresceu. Quando perdeu a mãe há seis anos, chegou a residir em Alvorada, mas retornou para a Capital. Recentemente, havia decidido prestar vestibular para psicologia e planejava morar no Canadá. Sem parentes próximos vivos, a jovem mantinha amigos, que se tornaram sua família. Foram eles que acompanharam o enterro no Cemitério Jardim da Paz.

— Ela morreu como uma heroína. Os amigos eram tudo para ela — resumiu durante a cerimônia de despedida a jovem que foi acudida pela amiga.

Responsável por elucidar o crime, o delegado Paulo César Jardim garante que a investigação tem evoluído, mas não divulga detalhes.

ClicTV: Pais de bebê que morreu aos treze dias em Camaquã acusam médico de negligência 

— Estamos trabalhando muito neste caso. Em busca de provas, da materialidade. Mas precisamos de discrição. No momento oportuno, vamos divulgar — afirma.

A resposta que a polícia promete dar aos amigos de Nat nunca foi recebida pelos familiares de outro jovem, morto em 2002, também vítima de latrocínio em Porto Alegre. Em 17 agosto daquele ano, o estudante de Administração Max Fernando de Paiva Oderich estava a uma semana da formatura quando foi morto.

Aos 26 anos, o morador de São Sebastião do Caí rumou para Porto Alegre comprar o terno. Enquanto aguardava em um Fiesta, na esquina da Avenida Cristóvão Colombo com a Rua Conde, no bairro Floresta, dois homens se aproximaram do carro dele. Max foi atingido por um tiro na axila direita que perfurou o coração. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu. A circunstância da morte nunca foi esclarecida. A polícia não conseguiu descobrir se era uma tentativa de roubo ou sequestro. O caso acabou arquivado. Uma semana após o crime, na Unisinos, foram os pais que receberam o diploma do filho. Dezessete anos depois, a família ainda segue sem respostas para o latrocínio.

— O Max nasceu com seis meses e meio, de uma gravidez de risco. Tinha 20% de chance de sobreviver. Mas procuro ver pelo lado positivo. Poderia ter perdido ele lá no início, mas ainda tivemos 26 anos. Ele foi um filho maravilhoso — confidencia o pai, Luiz Fernando Oderich, 70 anos.

 

Queda nos indicadores

A perda de Max levou a família a fundar a ONG Brasil Sem Grades, com intuito de fomentar ações de prevenção à violência. Entre as medidas que se tornaram bandeira da entidade está o planejamento familiar. Para o pai, iniciativas como a lei 9.263, criada em 1996, elencando estratégias com esse propósito, como a capacitação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), são formas de evitar que jovens ingressem no crime. A ONG doou na última semana implantes hormonais para municípios do Vale do Caí distribuírem para mulheres em situação de risco social.

— Crianças que seriam abusadas, abandonadas, que iriam sofrer e ficar vulneráveis ao crime, acabam não nascendo. Entendo que o planejamento familiar vem dando resultados e acredito que esses números vão cair ainda mais nos próximos anos. Claro que isso aliado a outras ações, como aumento de efetivo policial e endurecimento da progressão de regime, que também sou favorável — avalia Oderich.

A queda ao qual o empresário se refere é percebida nas estatísticas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado. Em 2019, os latrocínios apresentaram queda no RS em comparação com o mesmo período do ano passado. De janeiro a novembro deste ano foram 65 casos contra 83 em 2018 — redução de 21%. Em 2016, ano com maior número de casos, foram 169 crimes.

A chefe da Polícia Civil, delegada Nadine Anflor atribui a redução neste ano ao combate ao roubo de veículo, especialmente na Capital e na Região Metropolitana. Ela cita a identificação dos locais de maior incidência e dos grupos especializados, da prisão dos seus membros, além do uso do cercamento eletrônico, como as principais estratégias. Em relação ao mesmo período do ano passado, quase 5 mil veículos deixaram de ser levados pelos ladrões no RS até novembro — foram 10.302 frente 15.124 em 2018, o que representa diminuição de 32%.

— Diminuindo roubo de veículos automaticamente vai evitar os latrocínios. Em Porto Alegre, tínhamos em média 20 veículos levados por dia, hoje a média é de seis a oito. Atribuo muito ao aumento das prisões. Em geral, esses criminosos estão envolvidos em vários roubos. Os latrocínios que tivemos recentemente foram por roubo de celular, o que não víamos há muito tempo — avalia.

 

Perfil

Jovem, geralmente usuário de drogas, com arma de fogo e disposto a roubar um veículo ou celular. Na visão do juiz Sidinei Brzuska, com mais de duas décadas de experiência no Judiciário, esse é o perfil mais comum entre os autores de assaltos que resultam na morte de vítimas.

— O latrocínio é, em uma linguagem mais coloquial, o roubo que deu errado. É sempre muito perigoso, no ângulo da vítima, ser assaltada por alguém jovem, usuário de drogas e armado, muitas vezes com uma pistola, que tem disparo rápido e fácil. Entendo que a forma de prevenir é apostar na apreensão de armas e drogas. Retirar a arma antes que o crime aconteça — analisa o titular na 3ª Vara Criminal da Capital e substituto no 2º juizado da 2ª Vara de Execuções Criminais.

Outro perfil também é comum nos roubos com morte e envolve grupos organizados e criminosos experientes, com passagem pelo sistema prisional. São os ataques a bancos ou carros-fortes, como no estilo “novo cangaço”, onde assaltantes rendem moradores em municípios do Interior. Nestes casos, são frequentes as prisões em flagrante durante cerco policial.

Quando o suspeito não é preso imediatamente, na visão do juiz, as investigações se concentram em elementos técnicos para comprovar a autoria, como imagens de câmeras, quebra de sigilo telefônico e perícias. Essa soma de provas é importante, já que quando os processos chegam ao Judiciário muitos réus negam a autoria. O índice de elucidação da Polícia Civil deste tipo de crime no Estado até novembro de 2019 é de 85,61%. Diferente do homicídio, o latrocínio não depende do tribunal do júri, já que o caso é julgado por um magistrado.

— O juiz faz a instrução (ouve os envolvidos) e dá a sentença. Em geral, são casos julgados rapidamente. No latrocínio é rara a reincidência, aquele que mata duas vezes. Há sempre uma ação rápida de todos órgãos e a pena é elevada. O que é comum é o reincidente por outros crimes cometer latrocínio — afirma Brzuska.

 

Combate às facções

Para o coordenador em exercício do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Segurança Pública do Ministério Público, promotor Marcelo Tubino, desarticular o crime organizado com prisões e descapitalização (apreensão de bens e dinheiro obtido com o crime) é uma forma de seguir reduzindo indicadores.

— Os números têm diminuído. Está longe de ser ideal, mas é todo um processo, que depende de uma ação articulada de vários setores. É preciso enfraquecer essas organizações. A segregação dos grandes líderes (transferência para penitenciárias federais), o combate patrimonial e a melhoria do policiamento vêm possibilitando diminuir os números, mas a caminhada é longa — avalia.

O promotor pondera ainda que a população que consome artigos frutos de roubos, como peças de veículos ou celulares adquiridos no mercado ilegal a preços inferiores, impulsiona esse tipo de crime.

— Quem compra peças de veículos ou celulares nessas condições, sabe que alguma coisa está errada. Que pode ser produto de um assalto, que pode resultar em um latrocínio. Muitas vezes há um despreparo do criminoso e, não raro, sangue frio — conclui.


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