ClicTV: Pais de bebê que morreu aos treze dias em Camaquã acusam médico de negligência
Pais do recém-nascido acusam o médico de negligência, racismo e preconceito; Hospital de Camaquã abriu sindicância para apurar a situação
Os pais do recém-nascido que faleceu neste domingo (15), estiveram na redação do Clic Camaquã para falar sobre a situação em que passaram durante e após o nascimento do filho. Henrique Jacobsen Junior e Simone Rodrigues de Oliveira são os pais de Pyettro Henrique, que faleceu após 13 dias do nascimento.
Eles acreditam que a morte do filho tenha acontecido por uma negligência do médico que atendeu o bebê. O prematuro de 35 semanas, nasceu com menos de dois quilos. Segundo o relato do pai, a criança recebeu alta em pouco mais de 24 horas, após ter nascido.
Henrique afirmou que questionou o médico responsável pelos cuidados do bebê, sobre a possível existência de problemas com a criança. Isso por que o menino nasceu antes que a gestação estivesse completa e estava pesando menos de 2 quilos. A mãe do bebê também informou ao médico a preocupação em observar a criança “amarelinha” e, de acordo com os pais, o médico respondeu que não existiam problemas e que tudo estava “normal”.
Os pais comentaram também que estavam em dúvida sobre a alimentação de Pyettro e que o médico os liberou para dar leite industrializado para o bebê, caso a mãe não conseguisse amamentá-lo. Ele nasceu no dia 2 de dezembro e no dia 10 a mãe o levou para fazer as vacinas obrigatórias. Quando chegaram no Posto de Saúde para fazer a vacina, a enfermeira não conseguiu realizar o procedimento, pois o bebê estava muito abaixo do peso. Naquele dia ele estava com 1,380kg.
O bebê acabou não resistindo e faleceu no último domingo (15). O pai contou que correu para o hospital com o filho e que aquela foi a primeira vez em que pegou seu filho no colo, pois tinha medo de pegá-lo por ser muito pequeno e frágil. Ele informou que o bebê teve oito paradas cardíacas e infelizmente não resistiu.
Na certidão de óbito de Pyettro consta que a causa da morte foi sepsis neonatal, pneumonia e prematuridade. Henrique e Simone acreditam que se o filho estivesse em um hospital com UTI Neonatal ele ainda estaria com vida. Além disso salientaram que falta de cuidado do médico com seu filho pode ter sido causada por preconceito e racismo.
Ele lembrou que o médico mal falava com a mãe da criança, que é negra e, que ouviu comentários sobre sua tornozeleira eletrônica. Henrique já ficou detento no Presídio Estadual de Camaquã e hoje cumpre o restante da sua pena em prisão domiciliar e prestando serviço para a Prefeitura Municipal de Camaquã.
Por motivos judiciais, os pais optaram por não citar o nome do médico durante a entrevista. A redação do Clic Camaquã entrou em contato com o Hospital Nossa Senhora Aparecida (HNSA), que informou que já conversou com os pais do menino e que foram solicitados cópias de toda a documentação do bebê. O HNSA informou ainda que uma sindicância foi aberta e que o caso está sendo investigado internamente, não passando mais informações sobre o ocorrido.
Acompanhe a entrevista na íntegra: