Preço mínimo do arroz domina debate com ministra Kátia Abreu em Porto Alegre
Sessão destinada a discutir recursos do Plano Safra 2015/2016 terminou sem definições para a área
O assunto era o Plano Safra 2015/2016, mas a discussão sobre o preço mínimo do arroz dominou a audiência da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado, realizada nesta segunda-feira, em Porto Alegre, com a presença da ministra Kátia Abreu. Embora não tenha feito o aguardado anúncio dos novos valores e do custo de produção do cereal, a ministra informou que há uma data reservada para que a discussão sobre o tema tenha continuidade. Além disso, afirmou que o governo pode criar um grupo de trabalho para analisar a proposta de prorrogação das dívidas do segmento.
Ela observou que já entrou no ministério preocupada com a forma de cálculo do preço mínimo devido às reclamações dos produtores. Kátia salientou que não dá para calcular três preços mínimos por ano e que há uma data-base para o cálculo, que é feito pela Conab. Também alegou que as entidades foram amplamente consultadas e apenas a Federarroz se manifestou sobre a tecnologia usada nas lavouras. Conforme ela, se o setor entender que é preciso mudar a regra e tiver argumento técnico, não há problema para o governo. Mas o que for combinado, segundo a ministra, precisa ser mantido para que não haja um recálculo cada vez que o preço mudar.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, disse que a expectativa com a vinda da ministra não foi frustrada porque ela deixou reservada uma data, no dia 30 de junho, para continuar a conversa sobre o assunto em Brasília. A reunião vai envolver o secretário de Políticas Agrícolas, André Nassar. Dorneles ressaltou que, diferentemente do que a ministra falou, a Farsul e o Irga, e não só a Federarroz, fizeram uma análise crítica do preço mínimo, inclusive levando a própria ministra a cancelar a votação do preço mínimo do arroz pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O presidente da União Central de Rizicultores de Cachoeira do Sul (URC), Ademar Kochemborger, também expôs a situação dificil do arrozeiros à ministra. Entre os problemas apontados por ele, está o preço da energia elétrica que está inviabilizando as lavouras. Kochemborger entregou à ministra a Carta de Cachoeira do Sul, na qual estão expostas as ações necessárias para resolução da crise na área. Em resposta, a ministra prometeu que vai tentar reverter, junto à Aneel, a inclusão da irrigação na lista de atividades da bandeira tarifária vermelha.