Desfile dos grandes campeões da Expointer é marcado por defesa do agronegócio
Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, pediu que produtores rurais não esmoreçam diante de ataques envolvendo as queimadas na Amazônia; desfile contou com a presença de vários animais da região de Camaquã
— Existe uma luta ideológica dentro do país e uma mercadológica lá fora, sendo que uma está ajudando a outra. A agricultura brasileira hoje é imprescindível para o mundo, que certamente vive sem a agricultura francesa — afirmou Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).
Em sua fala, a ministra da Agricultura pediu que os produtores se mantenham firmes na produção de alimentos e enfatizou que a agricultura brasileira é pujante e sustentável:
— Não esmoreçam. Iremos sofrer ataques pelo gigantismo do nosso agronegócio.
Ainda na cerimônia, produtores pediram apoio para resolver dificuldades nos setores de arroz e leite. Presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag), Carlos Joel da Silva afirmou que, se essas produções não tiverem ajuda, milhares de famílias continuarão abandonando as atividades.
— De 2015 a 2019, pelo menos 34 mil produtores de leite deixaram a criação. Se nada for feito, o arroz irá para o mesmo caminho. Sabemos do empenho da ministra, mas precisamos mobilizar o centro do governo também — lamentou o dirigente.
A ministra reconheceu que os problemas setoriais existem e que precisam ser resolvidos. E pediu apoio para buscar as soluções para o leite, arroz e qualquer outro setor que estiver em dificuldades.
— Por favor, não desistam, até para me dar força, pois irei até as últimas consequências para defender a agropecuária brasileira. Tenho respaldo do presidente Jair Bolsonaro para buscar essas soluções — afirmou Tereza.
Animais da Região de Camaquã
No desfile dos grandes campeões, pelo menos seis animais da região de Camaquã estiveram presentes.
A fêmea Camboatã TE570 G7090 C280, box 1105 da Camboatã Agropecuária, de Camaquã, garantiu a faixa de grande campeã da competição na raça Devon. A Camboatã Agropecuária levou também o título de reservado de grande campeão, com o touro do box 1004.
Da Cabanha Tarumã, de Camaquã, saiu o grande campeão dos machos e o supremo campeão da Raça Charolesa. Já da Cabanha Charolês Figueira, de Arambaré, foi a escolhida a vaca grande campeã da raça Charolês.
Panorama (1597) , de 17 meses, foi escolhido pela primeira vez como o grande campeão da raça Mediterrâneo. Além do prêmio, o proprietário Delfino Beck Barbosa também conquistou o grande campeonato da raça Murrah, com Encruzilhada (1602), de três anos e meio.
Além disto, os camaquenses da Fazenda Palma, AUD e Sementes Terra Dura receberam o Selo Ambiental da Lavoura de Arroz. Da região de Camaquã saiu o ginete campeão do Freio de Ouro entre as fêmeas da raça: Fernando Andrighetti, de Arambaré.
Leia também: Camaquenses recebem Selo Ambiental da Lavoura de Arroz durante a Expointer
Privatizações
Entre os discursos das autoridades, também houve manifestações de apoio às privatizações promovidas pelo governo do Estado.
— Precisamos que o Estado faça as atividades que são indelegáveis, como a segurança nas cidades e no campo. O restante deve ser deixado para a iniciativa privada — disse Leonardo Lamachia, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac).
O governador Eduardo Leite falou sobre a importância das privatizações e da redução da burocracia, sem perder o compromisso com a sociedade:
— Estamos colocando a máquina pública no seu devido tamanho. Acreditamos na capacidade de conciliação entre empreendedorismo e respeito ao meio ambiente.
Recorde na agricultura familiar
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, comentou os resultados preliminares da feira agropecuária, que termina no próximo domingo (1º). Segundo o titular da pasta, o pavilhão da agricultura familiar já bateu recorde, chegando a R$ 2,9 milhões em negócios, com a maior participação da história de expositores. A venda de animais superou os R$ 8 milhões.
Até a quinta-feira (29), quase 300 mil pessoas passaram pelo parque. No ano passado, o público total foi de 370 mil pessoas.
— Certamente passaremos esse número na feira deste ano — projetou Covatti Filho.
O tradicional desfile dos grandes campeões da 42ª edição da Expointer teve um simbolismo diferente neste ano com a participação da Cavalaria do Exército. Antes dos animais premiados entrarem em pista, 96 homens se apresentaram a cavalo com fanfarra — usando uniformes da Guerra do Paraguai.