Comercialização do tabaco já chega a quase 90% da safra
Desde o fim de maio os agricultores estão recebendo mais pelo produto
A comercialização da safra 2014/15 avançou durante o mês de junho. Dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) apontam que o volume entregue pelos produtores dos três estados do Sul já beira os 90%. Isso significa que, da produção estimada em 601,6 mil toneladas de tabaco do tipo Virgínia, pouco mais de 60 mil toneladas ainda estão com os fumicultores. A expectativa é que a comercialização seja encerrada entre o fim de julho e o início de agosto.
De acordo com o tesoureiro da Afubra, Marcilio Drescher, desde o fim de maio os agricultores estão recebendo mais pelo produto. “De forma geral houve melhora em relação ao padrão que vinha sendo praticado no início da safra, embora algumas empresas tenham mantido o mesmo rigor na classificação”, afirma. Drescher diz que a melhora nos preços é, ao mesmo tempo, celebrada e criticada pelos produtores. “É sempre bom ter uma remuneração mais justa pelo trabalho do ano todo, não há dúvidas. Mas, ao mesmo tempo, é lamentável que apenas quem deixou a venda para o final esteja obtendo melhores preços. É grave as indústrias adotarem uma política de remuneração no início e outra no fim da comercialização”, acrescenta.
PRODUÇÃO MENOR
O tesoureiro da Afubra reforça a orientação para que, na próxima safra, haja equilíbrio entre oferta e demanda no mercado do tabaco. A orientação é para que se plante, em média, 10% menos na próxima safra. “Trata-se de uma adequação na área plantada. Além de evitar que haja, no fim do ano, mais tabaco do que o mercado precisa, o fumicultor vai reduzir custos com mão de obra e lenha. É um ajuste muito positivo e que precisa ser feito. O agricultor só tem a ganhar com isso”, reforça.