“As mulheres estão criando coragem para procurar ajuda”, afirma advogada criminalista sobre violência
Mikaela Schuch participou do "Elas por Elas" e comentou sobre casos de violência doméstica, destacando as agressões divulgadas pela ex-mulher do dj Ivis e da mulher matou marido queimado em fornalha
Na noite de quarta-feira, 14 de julho, a advogada Mikaela Schuch e a psicóloga Victória Puchalski, participaram do Elas por Elas. O programa abordou casos de violência doméstica e o quanto as mulheres precisam de ajuda psicológica, para conseguir lidar com as situações complicadas que se encontram.
O “Elas por Elas” conta com o patrocínio de Óticas Carol, Deseju’s Moda Íntima, Magrass Camaquã e Drª Kelen Rocha.
O case comentado durante o programa, foi do caso de agressão da ex-mulher do dj Ivis, Pamela Hollanda. Ela divulgou imagens que provaram as agressões que ela estava sofrendo, desde a sua gravidez, do ex-marido Ivis.
“É um extremo tão grande, que as pessoas ao invés de se encorajar elas se omitem. O medo. Elas pensam, se ele faz isso o que ele vai fazer se eu falar para alguém?”, comentou a advogada.
O caso tomou grandes proporções, por meio da internet e também da televisão, pelo agressor ser uma pessoa famosa. Minutos depois de grande parte do Brasil tomarem conhecimento sobre o que Ivis estava fazendo com Pamela, o dj teve muitos contratos cancelados e músicas sendo retiradas de plataformas famosas, como o Spotify e Deezer.
Ivis foi preso na noite de quarta-feira, 15 de julho. O caso de agressão foi divulgado no último final de semana.
Victória salientou que é muito medo envolvido, por parte da vítima. “É muito medo envolvido”, contou.
“Para quem olha de fora, parece muito simples a resolução. A gente sempre incentiva, e claro é nosso papel, a gente tem que incentivar sim e sobre as denúncias e passar todas as informações possíveis, mas não é só isso. Antes fosse tão simples ligar 180, fazer uma denúncia e estar tudo resolvido. Mas a gente sabe que infelizmente não funciona dessa forma”, disse.
“Ela chegar e prestar uma ocorrência, pedir uma medida protetiva, acredito que isso até ia ser concedido a ela. Mas de que forma? A palavra dele, por ser homem e ser conhecido, não ia pesar mais? Eu acredito que se ela não tivesse uma prova tão concreta, não teria tomado essa repercussão tão grande. E a gente sabe que isso acontece diariamente e nem todo mundo tem imagens”, afirmou.
“Tem toda uma fase de instrução de um processo de violência doméstica, que vai de uma ação penal que vai se tornar em cima dessas provas. E assim como os advogados dele podem hoje fazer um pedido de liberdade e alguém achar por bem dar, que ele aguarde o processo em liberdade em casa, desde que ele n ão descumpra a medida protetiva… a lei e seus argumentos”, explicou a advogada.
“Vocês já pararam para pensar no desespero dessa mulher? A que ponto chegou para ela cometer isso?”, comentou.
“Os próprios filhos nos relatam que ela não procurava ajuda e nem eles porque eles ameaçava de matá-los. Inclusive eles tiveram que sair de Dom Feliciano pela ameaça da família da vítima [Erni]. O próprio irmão da vítima sabia desse perfil violento, porque ele era chamado para ajudar”