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Tubarão em Arambaré: Foto da década de 30 mostra captura de tubarão na Laguna dos Patos

Durante estiagem de 1934, águas do Oceano Atlântico trouxeram tubarão da espécie "Mangona", capturado por equipe de pescadores


Por Redação/Clic Camaquã Publicado 29/12/2020 Atualizado 26/01/2022
 Tempo de leitura estimado: 00:00

É possível que um Tubarão chegue até Arambaré? A pergunta foi levantada por uma internauta do Clic Camaquã na tarde de ontem, segunda-feira (29), e acabou viralizando nos grupos de WhatsApp. Apesar de cômica, a pergunta foi levada pela reportagem do Clic Camaquã para biólogos e historiadores: pode acontecer ou não pode?

Apesar de ser vista por muitos como uma pergunta absurda, a resposta é: sim, pode acontecer. E a foto tirada no verão de 1934 mostra a equipe de pescadores com um “Tubarão Mangona”. O animal conhecido como cação-mangonatubarão-touro ou pelo nome científico, Carcharias taurus, foi capturado pela equipe durante a grande estiagem de 1934 que atingiu todo o Rio Grande do Sul e fez com que, além da salinização da Laguna dos Patos fosse muito grande, animais marinhos pudessem adentrar as água já não tão ‘doces’.

O pescado foi retirado das águas com auxílio de um cavalo. Na época, Arambaré era um Distrito de Camaquã. O biólogo Silvano Gross, professor e servidor da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, afirmou que atualmente, a probabilidade de que um tubarão chegue até Arabamré é tão baixa que pode ser descartada. Isso porque a Verde Praia da Lagoa está há mais de 200km do encontro das águas da Laguna dos Patos com o Oceano Atlântico, entre Rio Grande e São José do Norte.

A internauta IaraTerezinha Roçha Menezes Iara Terezinha Rocha Menezes trouxe o relato de seus familiares que estiveram envolvidos na captura do animal:

“A equipe que capturou o tubarão em Arambaré era a equipe do mais antigo pescador artesanal chamado Afonso Martins dos Santos Rocha, conhecido como Didico. Morava na rua Gustavo Xavier. É o de boné na foto junto com seus filhos Joaquim dos Santos Rocha e Genes que são esses meninos. A foto original está comigo pois sou filha de Joaquim e neta de Didico. O fotógrafo que registrou foi Osmar Gonçalves da Silva.”

 

 

O boato

Desde a tarde desta segunda-feira, 28 de dezembro, um áudio que viralizou através de grupos de WhatsApp da região tem assustado veranistas de Arambaré. Nele, uma internauta questiona: “Boa tarde. É verdade que foi encontrado um tubarão em Arambaré?”.

audio

O aúdio, encaminhado em diversos grupos de WhatsApp, está marcado como mensagem “Encaminhada com frequência”. Isso significa que a mesma mensagem já foi encaminhada diversas vezes dentro do aplicativo. 

Apesar de remota (e até mesmo cômica) a possibilidade de um tubarão na Laguna dos Patos, a reportagem do Clic Camaquã entrou em contato com órgãos responsáveis para esclarecer o boato e saber se, de fato, é possível que um tubarão tenha chegado até Arambaré.

Veja o vídeo: Leão-marinho surpreende banhistas no Laranjal, em Pelotas 

O primeiro contato foi com a equipe do Corpo de Bombeiros de Arambaré. De acordo com eles, nenhum registro de tubarão foi feito pelo órgão atualmente ou em qualquer momento que se tenha registro. Na sequência, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura, que também havia tomado conhecimento do boato e informou que, provavelmente, a internauta pode ter confundido a situação com a visita de um leão-marinho no Laranjal na tarde de ontem.

 

A espécie

O tubarão Mangona, Carcharias taurus, é um tubarão de hábito noturno, tem um comportamento e natação calmo e lento, apesar da sua aparência bem agressiva por conta dos seus dentes pontudos expostos para fora da boca. Ele pode atingir 3 metros de comprimento e 150kg, com longevidade de até 25 anos.

Esse tubarão teve um declínio em sua população devido a pesca acidental em rede de espera e espinhel e também pela pesca excessiva para consumo das nadadeiras (barbatanas) como iguaria na culinária e também para utilização na indústria farmacêutica para produção medicamentos. Ele pode ser encontrado na costa do Oceâno Atlântico em todo o Sul do Brasil.

 

Animais marinhos na lagoa

Contatado pela reportagem, Silvano destacou que animais marinhos, principalmente peixes, dificilmente sobreviveriam por longo espaço de tempo na Laguna dos Patos que, apesar de enfrentar períodos de salinização durante período de estiagem, não possuem as condições adequadas para a sobrevivência das espécies de peixe de água salgada.

É importante destacar que para chegar à Arambaré, qualquer animal marinho precisaria percorrer mais de 200km desde o ponto em que o Oceano Atlêntico encontra a Laguna dos Patos.

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De acordo com Silvano, biológo da Secretaria do Meio Ambiente de Camaquã, os jacarés são mais comuns e por não terem sua “base” na água, podem ser encontrados mais facilmente na lagoa. Outra possibilidade é o avistamento de botos, que possuem barbatanas e podem ser confundidos com tubarões. De acordo com o biólogo, registros de algumas décadas atrás apontam a presença de botos no Rio Camaquã, que deságua próximo ao município de São Lourenço do Sul.

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Tubarões de água doce existem?

Existe um grande número de peixes conhecidos como “tubarões de água doce” e embora não estão intimamente ligados aos verdadeiros tubarões, são popularmente rotulados como tal devido sua morfologia externa bastante similar a de tubarões verdadeiros. Algumas características como nadadeira dorsal alta,  formato torpedo do corpo e forma de nadar são algumas das semelhanças. Mas as comparações se restringem somente a estas semelhanças, uma vez que sua ecologia e biologia são totalmente diferentes dos elasmobrânquios verdadeiros (tubarões, arraias e outros peixes cartilaginosos).

As espécies mais comuns e conhecidas como tubarões de água doce encontram-se na ordem Cypriniformes e Siluriformes. A primeira ordem possui mais de uma dezena de famílias, incluindo a comum família Cyprinidae (Ciprinídeos), apresentando mais de 2.500 espécies de peixes. É uma das ordens mais numerosas e importantes na classificação atual, enquanto a segunda ordem apresenta espécies conhecidas como peixes gato, devido à presença de grandes barbilhos ao lado da boca, lembrando bigodes de um gato, determinadas características do crânio e vesícula natatória, além da ausência das escamas.

Entre os tubarões, o mais comum encontrado em água doce é o Tubarão Touro (Carcharhinus leucas) [veja foto abaixo], também conhecido como Tubarão Cabeça Chata, devido seu aspecto robusto e reputação agressiva. Apesar de ser considerado uma espécie marinha, é conhecido pela sua predileção pela água doce e famoso por invadir sistemas de água doce sendo facilmente encontrado em rios e estuários.

Divers Guide to Marine Life: Bull Shark (Carcharhinus Leucas) | Scuba Diving

Relatos indicam que já foram encontrados a mais de 3.000 km do delta de alguns rios, incluindo o Amazonas e Mississípi, com suspeita de estarem envolvidos em acidentes fatais. Devido às suas incursões em ambiente de água doce são mais propensos a terem contato com humanos, mas a possibilidade de você encontrá-lo neste ambiente é bastante remota.

Existem outros tubarões que vivem inteiramente em água doce, como as espécies do gênero Glyphis. Estudos e informações sobre as espécies deste gênero são bastante escassas. São encontrados na Nova Guiné e Bornéu. Seu tamanho pode variar de 2 a 3 metros, possuem dentes finos e olhos pequenos, sugerindo se tratar de caçadores que se adaptam a águas turvas, comum em regiões estuarinas e fluviais. A maioria das espécies deste gênero pode frequentar água doce, salobra ou marinha, com exceção ao Glyphis fowlerae que parece viver exclusivamente em água doce.


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