Vereadores de Camaquã debatem sobre alagamento ocorrido na última semana
A última sessão ordinária na Câmara de Vereadores de Camaquã, realizada nesta segunda-feira (4), foi marcada principalmente por debates sobre o alagamento ocorrido em Camaquã na última semana. Antes, na ordem do dia, os vereadores discutiram três projetos de abertura de crédito suplementar e aprovaram homenagens para mulheres empreendedoras de Camaquã.
Projetos
Projeto de Lei nº 3/2024: abre crédito suplementar no valor de pouco mais de R$ 1 milhão para o pagamento do reajuste de 2,06% do salário dos servidores municipais ao longo de 2024.
Projeto de Lei nº 5/2024: abre crédito suplementar no valor de R$ 1,2 milhão para completar o valor de R$ 6,2 milhões necessário para viabilizar construção de 60 casas populares em conjunto com Governo do Estado.
Projeto de Lei nº 6/2024: abre crédito suplementar no valor de R$ 64 mil para locação de veículo para o departamento de Divisão de Trânsito.
Os valores, de acordo com os textos, são possíveis por superávit financeiro.
Pela manifestação dos vereadores, os três projetos devem ser aprovados com facilidade na próxima sessão. A única proposta criticada foi a terceira citada acima, quando o vereador Professor Claiton Silva (PDT) questionou ausência de justificativa e número de veículos que seriam locados.
Alagamento
No espaço para explicações pessoais e manifestações de lideranças de bancada e governo, o destaque ficou para o debate sobre as responsabilidades do poder público no alagamento ocorrido na última semana em Camaquã. O Executivo anunciou que um perito será contratado para realizar um diagnóstico.
O vereador Professor Claiton Silva questionou os resultados de um estudo hidrológico realizado pela Prefeitura de Camaquã em 2022, onde foi elaborado o Plano de Gerenciamento de Águas de Camaquã. Em sua fala, Claiton colocou em dúvida a eficiência do relatório apresentado na época, assim como o valor investido.
Um pedido de informação será protocolado pelo parlamentar durante a semana.
O vereador Vinícios Araújo (MDB), durante sua fala, exibiu imagens de obras de drenagem que, segundo ele, foram realizadas após o estudo hidrológico e diminuíram os riscos de alagamentos nos arredores. Segundo Araújo, a responsabilidade pelos alagamentos da última semana é de quem controla as comportas do Arroio Duro, ou seja, a Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro, a AUD.
Em entrevista para o Clic Camaquã na semana passada, o engenheiro Everton Fonseca, da AUD, garantiu que não houve erro por parte da associação, que seguiu todos os protocolos.
O vereador Vitor Azambuja (Progressistas), em sua fala, afirmou que o governo municipal não deve “tirar o corpo fora” dos problemas. Em sua opinião, todos possuem uma parcela de culpa, inclusive a comunidade que descarta lixo de forma irregular. Ele defende a AUD destacando que grande parte do escoamento de água tem como destino a Sanga do Passinho e não o Arroio Duro, onde estão as comportas: “não podemos simplesmente porque a AUD é uma entidade com CNPJ, achar que ela tem a costa larga e culpar por tudo”.
Essa história certamente ainda vai ser assunto em novas páginas.
Presença
Todos os vereadores estiveram presentes na sessão, mas ao encerrar a ordem do dia e iniciar o espaço de explicações na tribuna, onde os parlamentares debatem diversos assuntos, boa parte se retirou.
Até o fim, ficaram os vereadores Claiton Silva, Ilson Meireles (PSDB), João Pedro Grill (PSB), Renato Cabeleireiro (PSDB), Ronaldinho (Progressistas), Vaterson Bônus (Republicanos), Vinícios Araújo e Vitor Azambuja.
Renato Nogueira, pré-candidato ao cargo de prefeito pelo PDT, esteve presente assistindo a sessão.
Pablo Bierhals | chefe de redação do Clic Camaquã | contato @ cliccamaqua.com.br