JESUS DE NAZARÉ: confira a coluna de Nelson Egon Geiger
Teve um nascimento humilde. Apenas assistido por singelos pastores que viram o brilho da noite. Depois por cultos e renomados magos que viram o anúncio de seu nascimento. Com apenas três anos de pregação deixou a maior história jamais contada.”
No livro de Isaias, no capítulo 7, que trata da Profecia contra Israel e a Síria, inciso 14, está escrito “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”.
Isaias viveu a mais de 700 anos antes de Cristo. E naquela Profecia apontou tanto o nascimento do Salvador como a virgindade de Maria. Essa e outras referências no Antigo Testamento apontaram, muito antes, que viria um Salvador mandado por Deus para resgatar os pecados da humanidade que persistiam desde o Genesis. Passado o dilúvio os justos que sobraram com o tempo voltaram a desagradar Deus. Resgatados do Egito e colocados na terra prometida, novamente desagradaram ao Senhor.
Escravizados por Nabucodonosor e levados em grande parte para a Babilônia, mesmo depois libertados por Ciro e de reiniciar a reconstrução de Jerusalém e do Templo, novamente ofenderam ao Senhor.
Então o Messias que desde antes era anunciado veio. Como veio? Não se precisa repetir a história que toda a cristandade conhece. Sim o que essa história vem há mais de dois mil anos ensinando. Nasceu humilde, em Belém para onde Maria e José se deslocaram para atender um edito real que mandou recensear a população do império.
Do nascimento de Jesus contam os Evangelhos de Mateus e Lucas. Este com mais detalhes, a despeito de nunca ter conhecido pessoalmente ao Mestre. Depois para fugir da perseguição de Herodes, colocado no trono judeu pelos romanos, dominantes da região acabaram fugindo para o Egito. Regressaram após morte de Herodes. Instalaram-se em Nazaré, na Judéia. Onde o menino cresceu até iniciar sua vida de pregação.
Que nunca chegou a pouco mais de 60 quilômetros e feita singela, falando ao povo na companhia dos 12 discípulos. Sem condução. Sem residência fixa, parando em lugares ermos ou casa de amigos. Sem dinheiro. Sem poder. Como conta o Prof. Geoffrey Blainey.
Blainey é australiano; professor da Universidade de Melbourne em seu país e de Havard nos Estados Unidos. Entre outras obras escreveu “Uma Breve História do Cristianismo”. Um dos melhores livros que li; na realidade o fiz quatro vezes. Emprestei ao amigo Pe. Luiz Fernando Stift que depois de ler mandou adquirir para colocar na biblioteca da Comunidade Cristã. Tão importante, profunda e conclusiva a obra.
O historiador refere Jesus com uma conclusão que afasta qualquer incredibilidade: “É notável que um homem que viveu há mais de 2000 anos, que não tinha cargo público ou riqueza e que não viajou além de alguns dias de caminhada de sua cidade natal tenha tido tanta influência na historia mundial”.
Se considerarmos todos os grandes homens do mundo, sem dúvidas Napoleão Bonaparte foi o mais poderoso. Desde sua morte em 1821 se escreveram quase trezentas mil obras sobre ele. A partir de sua morte quase dois livros são publicados por dia sobre sua vida e sua trajetória.
Livros que falam da vida e obra de Jesus ultrapassam milhões. Napoleão ingressou no exército francês e jovem já era oficial, quando ocorreu a Revolução Francesa, em 1789. Aos 24 anos, general. Integrou o Consulado; foi Imperador por 16 anos. Dominou quase toda a Europa. Viajou por toda ela e norte da África. Teve vinte anos de vida pública.
Jesus teve três anos como pregador. Nunca viajou além de uns sessenta km; a pé; sem residência fixa; sem poder; sem cargo. Simplesmente era Jesus, o Nazareno. Mas sua história é a maior do mundo. Porque será?
EDIÇÃO de 22 de dezembro de 2023.