A Lua, a imensa bola de luz que encanta o céu noturno. Desde que o primeiro Homo sapiens olhou para o alto, o satélite natural da Terra intriga a Humanidade. Foram milênios, o homem criou ferramentas, controlou o fogo, deixou a vida nômade, aperfeiçoou as máquinas, lutou duas guerras mundiais e aprendeu lições do que nunca repetir. Mas das armas e dos mísseis, o gênio humano construiu o foguete e criou a ponte para sua maior jornada até hoje. Há exatos 50 anos, depois de 195 horas de viagem cruzando o vácuo, o Módulo Lunar Eagle tocou o solo lunar e uniu um mundo inteiro no sonho de visitar o espaço.
A maior expedição de todas começou em 16 de julho, a resposta dos Estados Unidos e ponto culminante da chamada Corrida Espacial. Até então, a União Soviética tinha liderado todas as conquistas no cosmo: colocou o primeiro satélite artificial em órbita e lançou ao espaço Yuri Gagarin, o primeiro Humano a deixar o planeta.
Naquele sétimo mês de 1969, embalada pelo discurso do presidente John Kennedy – “Não vamos fazer por ser fácil, mas por ser difícil” – a agência espacial norte-americana lançou o foguete Saturn V. Em meio a milhares de toneladas de aço e combustível, aquele “míssil” apontado para a Lua tinha um diferencial: 240 quilos divididos em três seres-humanos. Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins tinham um encontro marcado com a História.
Correu tudo certo naquele crítico começo de missão. Em 168 minutos, o foguete atingiu a altitude de 67,6 km e foi solto o primeiro estágio de volta para a Terra. Quando haviam se passado pouco mais de 11 minutos, o segundo estágio foi descartado e o resto do foguete deu uma volta e meia em torno da Terra. Duas horas e 44 minutos depois do lançamento, o último estágio do Saturn foi novamente acionado para enviar a nave Apollo 11 em direção à Lua com os três astronautas a bordo.
Um veículo tripulado, construído pelas mãos humanas cruzou em velocidade recorde os 384 mil quilômetros até chegar à órbita lunar. No total da missão, seriam mais de 1,5 milhão de quilômetros, entre as diversas voltas ao redor de Terra e Lua. Em 19 de julho, tudo estava pronto para o momento mais crítico da missão, o desacoplamento e pouso do módulo lunar.
Para fazer história, um dos astronautas precisou ficar para trás. Michael Collins, piloto da missão, teria a responsabilidade de manter tudo funcionando enquanto Aldrin e Armstrong fariam seu passeio histórico. Ele sempre enfatizou que não ficou triste por permanecer em órbita. Seu maior temor, contudo, era voltar sozinho caso algo desse errado com os colegas no pouso
Eram 13h46min do dia 20 de julho quando o Eagle desacoplou da Apollo 11. Duas horas depois, começou sua descida. Foram 31 minutos dentro daquele diminuto pedaço de metal. Aldrin e Armstrong tinham que descobrir como fazer o que ninguém jamais tinha tentado. Às 16h17min, o comando da missão em Houston ouviu de Neil Armstrong a frase mais esperada da década: “A águia pousou”.
A previsão da Nasa era para uma longa espera de quase 12 horas até que os astronautas abrissem a escotilha do Eagle para finalmente pisar na Lua. Quem sabe um pouco ansioso, Neil Armstrong iniciou os procedimentos cinco horas antes. Às 22h39min, a porta para o espaço foi aberta e o primeiro homem desceu as escadas, enquanto a Humanidade fitava televisores e grudava ouvidos no rádio para acompanhar o momento da sua maior conquista.
Armstrong ficou no último degrau por 17 minutos, enquanto debatia com o controle da missão as condições para descer. A escada estava um pouco distante do solo, mas não era isso que impediria o sucesso da missão. Às 22h56min, o homem deixava as amarras terrestres e conquistava a Lua!
Foram mais 19 minutos até Buzz Aldrin ser liberado para seguir o colega. Juntos, eternizaram a cena ao fincar a bandeira norte-americana, naquele momento um símbolo do mundo. Claro que, também, um gesto para concretizar a vitória sobre a rival de Guerra Fria União Soviética.
A primeira visita humana a um corpo celeste fora da Terra durou até 1h da madrugada do dia 21 de julho, nos relógios dos EUA. Aldrin e Armstrong voltaram ao módulo Eagle. Agora duas lendas, retornaram para a órbita lunar à 1h54min.
Michael Collins teve companhia para o regresso. Às 12h50min do dia 24 de julho, a cápsula da Apollo 11 resistiu ao atrito da reentrada e mergulhou no Oceano. O trio responsável pela maior jornada da Humanidade estava a salvo. Missão cumprida. Outros 10 homens pousariam na Lua e as missões seguiram até 1972, com a Apollo 17.