CNBB lança Campanha da Fraternidade 2018
59.080 mil pessoas foram assassinadas em um ano
O mais recente levantamento sobre homicídios no Brasil aponta que 59.080 mil pessoas foram assassinadas em um ano. 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes. No Rio Grande do Sul, o índice de assassinatos subiu 12 % no mesmo período de tempo. Homicídios são o indicador mais extremo da violência, mas o Brasil bate recordes em todas as formas. E números representam culturas e comportamentos. E é com o objetivo de mudá-los e promover uma cultura de paz que foi lançada nesta quarta-feira (14), a Campanha da Fraternidade 2018, com o tema Fraternidade e Superação da violência.
Para o secretário executivo da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil Regional Sul 3, Padre Cesar Leandro Padilha, mais do que medidas punitivas, é preciso mudar a estrutura e o comportamentos cotidianos para que as diversas formas de violência não sejam naturalizadas.
“O Papa Francisco chama atenção para um dos maiores pecados atuais que é a globalização da indiferença: ‘Eu sei que está acontecendo violência, eu sei que tem gente morrendo de fome, mas ainda não me atingiu’. A violência não é natural do ser humano. Ela surge de algum lugar”, afirma Padre Cesar Padilha.
O sacerdote acredita que o objetivo da campanha não passa só pela mudança de cultura e promoção da paz, mas também na recuperação daqueles que cometeram crimes. O secretário executivo destaca ainda a necessidade de uma união para a recuperação dos presos.
“Nós sabemos muito bem que nossos presídios não recuperam mais. Punir alguém que fez o mal é importante, mas é preciso recuperar essa pessoa”, defende.
Em Porto Alegre, mais de 150 mil pessoas são atendidas por projetos sociais da Igreja. Três centros estão localizados em áreas de vulnerabilidade social. 75 agentes realizam trabalhos em dez presídios. A Campanha da Fraternidade acontece exclusivamente no Brasil.