Apostas: a tradição britânica que virou um negócio bilionário
Os jogos de azar sempre foram uma marca no cotidiano dos britânicos, seja de maneira formal ou informal, essa é uma longa história. Você conhece?
Atualmente, se estima que existem mais de 9 mil lojas de jogos de sorte no Reino Unido que, unida a plataformas online de apostas como a Betboo Casino, loteria nacional, bingo e outros, representam um mercado bilionário. É estimado que, hoje em dia, metade da população se envolva com esse tipo de atividade e o envolvimento da população tem raízes históricas.
Atualmente, não só um mercado rentável, as apostas representam uma febre nacional tanto para o bem como para o mal.
Entre outubro de 2017 e setembro de 2018 se estima-se um gasto total de 14,5 bilhões de libras no mercado, segundo a Gambling Comission, instância reguladora da indústria no país.
Deste total, as apostas online são as mais valiosas, abrangendo 5,6 bilhões de libras que representam 38% do mercado, seguida por outros tipos de apostas com mais de 3 bilhões de libras e na sequência vem a loteria nacional, cassino, bingos, arcadas e outros. A loteria concentra o maior volume de jogos, seguida das raspadinhas.
Com a expansão do mercado também surgem alguns problemas. Recentemente, instituições de caridade voltadas a problemas com o jogo foram criadas e se estima que 1% da população sofra deste mal.
A Royal College of Psychiatrists, a principal organização de psiquiatras do país, afirma haver um novo transtorno causado pelo vício que gera perda de controle e consequentemente pessoas contraem dívidas e até se estima haver entre 250 e 650 casos de suicídio impulsionadas por esse tipo de infortúnio.
A publicidade é mais uma que foi regulada, em 2019 patrocinava 9 dos 20 times da Premier League, porém não é permitida se direcionada para menores de 18 anos, também é proibida a utilização de animações de filmes e da televisão e nem se pode utilizar um ator que pareça ter menos de 25 anos.
O Reino Unido já foi o país mais rico do mundo, era quem dava as cartas para toda uma política internacional. Eram tempos em que não havia órgãos internacionais reguladores e muito menos preocupação com os direitos humanos e o respeito a culturas diferentes.
De tal forma, o poder financeiro deste estado foi construído sob uma indústria com muito investimento e também riquezas colhidas, muitas vezes à força, de outros países. Assim, desde os primórdios suas cidades foram palco de uma vida social ativa.
Em tal ambiente, a fonte de jogos de azar se deu em mecanismos simples como dados, cartas e jogos de adivinhação de cunho místico, em que alguém supostamente fazia previsões pois falava com algum Deus — o que também era usado por gurus religiosos para recrutar seguidores. Na Idade Média o fenômeno evoluiu.
Havia dois âmbitos em que os jogos funcionavam, um deles envolvia apostas que reuniam habilidade e sorte, como é o caso de uma corrida de cavalos, onde o apostador precisa colher informações sobre o cavalo, o jockey, os oponentes, a pista e também contar com a ventura de que tudo corra como planejado.
A outra esfera foi inaugurada pela rainha Elizabeth I que inaugurou a loteria nacional, em 1569, com um prêmio de cinco mil libras e uma ensaboada na ficha criminal, perdoando delitos minoritários. A loteria parou de funcionar em 1800 por não haver gente com dinheiro para participar e só retornou em 1993.
Ao longo dos anos, os ingleses se mostraram bastante criativos com a ascensão de apostas informais, onde se duvidava de alguém realizar uma proeza, como montar um cavalo de costas e andar por uma certa distância, clubes de luta clandestinos e até a disputa do sexo de um bebê.
Em paralelo, casas de jogos, percursoras dos cassinos, reuniam endinheirados e aventureiros e, mesmo quando proibidos pelo governo, funcionavam na clandestinidade. Esse mercado só ganhou ares de “mainstream” em 1960 com o “Gambling Act”, ou “Lei das Apostas” em que diversas formas de apostas foram legalizadas. Hoje é um mercado admirado por muitos.