V Semana de Atenção à Mulher: Por onde começa a mudança?
De 18 a 25 de novembro ocorreram diversas ações pelo fim da violência contra a mulher; a psicóloga Laís Bazzo e a advogada Mikaela Schuch participaram do programa Manhã Show
A V Semana de Atenção à Mulher iniciou na semana passada, na quarta-feira (18). Diversas ações são realizadas de maneira mais intensa neste período. Este ano devido a pandemia de Covid-19, as atividades aconteceram nas redes sociais.
Desde o dia 18 de novembro estão acontecendo várias atividades que buscam o fim da violência doméstica. Durante todos estes dias, foram abordados assuntos relacionados com o tema na ClicRádio.
O programa Manhã Show já recebeu convidadas para falar sobre a Lei Maria da Penha, Motivos que levam fazem com que mulheres continuem em relacionamentos abusivos, medidas de proteção para mulheres em situação de violência e representatividade feminina na política. No “Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher”, a psicóloga Laís Bazzo, responsável pela Rede de Atenção às Mulheres (RAM) de Camaquã e a advogada Mikaela Schuch abordaram os caminhos para começar a mudança da situação de violência.
“É sempre urgente buscar a mudança”, afirmou Laís. A psicóloga ressaltou que a mudança não é algo que possa ser criada de um dia para o outro, pois é necessário a criação de estratégias para que a mudança por ser consolidada.
“É uma coisa muito assustadora”, afirmou a advogada Mikaela sobre os dados da Secretaria de Segurança Pública, do período de março a agosto. De acordo com os dados, houve um aumento de 73% de casos em relação ao mesmo período do ano passado (2019).
Desde que iniciou a pandemia de Covid-19 no Brasil, uma mulher é morta a cada nove horas. Neste período 497 mulheres foram mortas no país, em média três por dia. No estado do Rio Grande do Sul, foram registrados 2.689 boletins de ocorrência de ameaças, 1.793 lesões corporais, 123 estupros e 11 feminicídios consumados e 23 tentativas.
Por onde começar a mudança? Laís explicou que a violência contra a mulher é estrutural, que está presente na base da educação do ser humano. “A violência contra a mulher é apreendida, então a mudança precisa acontecer na base”, afirmou a psicóloga.
A mudança precisa ocorrer pela desconstrução do machismo, que não se aplica apenas ao homem, mas que está contido em toda a sociedade, inclusive mulheres. “A desconstrução do machismo passa pela educação das crianças dentro de casa”, comentou.
Além das participações na ClicRádio, outras ações serão realizadas. Alguns murais vão ser instalados nas principais paradas de ônibus da cidade, assim como nas rodoviárias. Nas redes sociais da RAM diversos vídeos vão ser divulgados, todos incentivando o fim da violência doméstica.
