Hospital de Canguçu deve parar de funcionar em 48 horas
Medida deve ser tomada devido às dificuldades financeiras e aos impasses para adquirir materiais e medicamentos
A situação do Hospital de Caridade de Canguçusegue cada vez mais crítica. Por falta de recursos para realizar os atendimentos e a manutenção dos serviços a unidade pode fechar as portas num prazo de 48 horas. O pedido para interromper os atendimentos foi enviado para o Conselho Diretor do Hospital através de um comunicado.
No documento, o diretor técnico da unidade, Luiz Ernesto Vargas, diz que devido às dificuldades financeiras e aos impasses para adquirir materiais e medicamentos, o hospital estava tecnicamente impossibilitado de continuar em funcionamento. Segundo Vargas, a instituição não está mais oferecendo segurança aos pacientes, por isso, é necessário suspender todas as atividades. “Não posso deixar nenhum paciente morrer porque faltou dipirona, por exemplo”, diz.
Desde que o hospital decretou situação de calamidade, apenas serviços de urgência e emergência estão sendo prestados.
Agora, a direção do hospital aguarda a definição estratégica do Conselho.
Encontro
Na próxima sexta-feira (8) ás 9h haverá em Pelotas uma assembleia com o secretário de saúde do Estado, João Gabbardo dos Reis, para discutir a situação crítica de diversos hospitais da região Sul do Estado.
A informação foi repassada pelo presidente da Câmara de Vereadores de Canguçu, Carlos Alberto Vargas da Silva (PP). Segundo o vereador, ainda não há local definido, mas a reunião contará também com a presença de prefeitos e diretores de hospitais afetados com a falta de recursos.
De acordo com o presidente da Câmara, os vereadores de Canguçu e diretores do Hospital de Caridade estão tentando uma reunião com o secretário para esta quinta em Porto Alegre. A idéia é debater especificamente a situação do hospital que declarou estado de emergência hospitalar e tem funcionado apenas em casos de urgência e emergência.
Na próxima segunda, ás 18h, ocorrere no Hospital uma assembleia geral onde, de acordo com o presidente Armando Morales, será colocada em detalhe a situação financeira para os 87 sócios da instituição. Na reunião devem ser discutidas soluções para a crise que o hospital enfrenta. O presidente evitou comentar sobre quais caminhos poderão ser sugeridos, como por exemplo, a municipalização da instituição. Segundo Morales a esperança é de que a vinda do secretário a região Sul sirva para aliviar a situação financeira. “Nós estamos na expectativa que essa reunião resulte na liberação de mais recursos” disse.
