Demanda por estaleiros de construção e reforma é apresentada a portugueses
As demandas existentes na indústria oceânica no Rio Grande do Sul foram apresentadas a representantes do setor marítimo pela missão gaúcha chefiada pelo vice-governador Beto Grill. Encontro, ocorrido nesta terça-feira (01) na Embaixada do Brasil em Portugal, foi organizado pela Conselheira Daniela Xavier Cesar, chefe do Setor de Promoção Comercial.
A sétima rodada de licitações do Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo (Prorefam) da Petrobras receberá propostas até 27 de junho, com a previsão de 146 embarcações contratadas ao final do processo. Estima-se que a demanda atual seja de 300 barcos de apoio. Para Beto Grill, esse é um cenário atrativo que deve ser explorado. “Seguimos agindo proativamente na busca por parceiros e investidores. Temos, no RS, o ambiente ideal para que os estaleiros desenvolvam suas atividades”, salientou.
José Ventura de Souza, secretário-geral da Associação das Indústrias Navais de Portugal (AIN), reforçou o interesse dos portugueses no mercado gaúcho. A AIN é um mini-cluster setorial, que representa os estaleiros de reparos e atua, também, na pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. “Podemos operar de forma conjunta através de acordos de cooperação entre as associações industriais, o que possibilitará melhor conhecimento dos ambientes locais e a formação de possíveis joint ventures”, avaliou.
Até o final da semana deve ser encaminhada à FIERGS uma minuta detalhando a proposta de acordo. “Ainda existe muito espaço para investimentos, com destaque para os estaleiros de reparos e o desenvolvimento da cadeia de subfornecedores. A indústria oceânica é o ciclo econômico mais importante do Brasil nos últimos anos”, disse Marcus Coester, diretor da federação.
À tarde, Beto Grill visitou os Estaleiros Navais de Peniche (ENP), a cerca de 100 km de Lisboa. Acompanhado do secretário de Desenvolvimento de Rio Grande, Jordano Marques, o vice-governador se reuniu com os diretores do grupo e debateu possíveis alternativas para expansão das atividades da empresa no RS.
“A estrutura de Peniche é um modelo a ser seguido. A instalação de um estaleiro desse porte poderá direcionar um grande número de embarcações para a nossa costa. Hoje, em todo hemisfério Sul, não encontramos uma estrutura preparada para atender a demanda existente”, ressaltou Grill.
Em atividade desde 1994, o ENP está instalado em uma área de aproximadamente 50 mil m2, sendo 8,3 mil m2 de área construída, e dispõe de 320m de cais atracável. É referência mundial na fabricação e reparo de embarcações de pequeno e médio porte, com forte presença nos mercados europeu e africano. Em 2013, o volume de negócios do ENP foi 25 milhões de euros.
Em uma potencial parceria, os portugueses oferecem soluções em design, construção, manutenção e reparos de embarcações, bem como auxilio no processo de capacitação profissional. “Temos um razoável domínio da tecnologia, que podemos colocar em prática em qualquer lugar do mundo. Estamos seriamente interessados em estudar a possibilidade de parcerias com estaleiros gaúchos”, disse Carlos Mota, CEO do grupo.
Jordano Marques ressaltou a necessidade de fortalecer e diversificar a cadeia offshore na Zona Sul. “Para tanto, há, em Rio Grande, áreas disponíveis, com calado de até 18m, que possibilitam a instalação de estaleiros para grandes reparos”.
