Ato reúne aproximadamente 600 mil apoiadores de Bolsonaro em São Paulo
Ex-presidente negou tentativa de golpe de Estado
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniram na tarde deste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo. Vestindo camisetas amarelas, portando bandeiras do Brasil e de Israel, eles chegaram ao encontro em ônibus com placas do interior de São Paulo e de outros estados.
De acordo com informações da polícia, cerca de 600 mil pessoas estiveram presentes no ato pacífico. Além disso, a PM também calculou que 150 mil pessoas estavam nas ruas adjacentes. Já a organização dos atos diz que conseguiu reunir 2 milhões de pessoas.
O ex-presidente, que está inelegível até 2030 por abuso de poder econômico pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), criticou as ações do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediu anistia àqueles que foram condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Ele chamou os condenados de “aliados”.
Em sua fala ele ainda disse que busca a pacificação e “passar uma borracha no passado”.
Investigações contra Bolsonaro
Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal e pelo STF sobre o ataque de 8 de janeiro de 2023 à sede dos Três Poderes em Brasília, com suposta tentativa de abolição do estado democrático de direito.
As investigações sobre o grupo político de Bolsonaro apontaram articulações para a decretação irregular de Estado de Sítio e de intervenção no TSE, tendo encontrado minutas que buscavam dar ares de legitimidade constitucional a uma eventual virada de mesa. Bolsonaro não negou essas tramas em seu discurso, apenas marcou a posição de que “golpe é tanque na rua”, para contrastar com qualquer medida cogitada com uso da Constituição.
Cópias desse documento foram encontradas pela PF na casa do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres e no escritório do PL, em Brasília, partido ao qual o ex-presidente é filiado. A minuta também foi citada nas delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência da República.
Há ainda outros elementos que estão sendo investigados como o vídeo de uma reunião realizada no Palácio da Alvorada em julho de 2022. Na ocasião, auxiliares diretos do ex-presidente e de um grupo de militares sugeriram alternativas de ataque ao sistema eleitoral eletrônico e à eleição presidencial de 2022.