Voluntária relata caso de crueldade no bairro Getúlio Vargas, em Camaquã
No programa Controle Geral, da ClicRádio, voluntária Ivana de Paula relatou caso que resultou em acusação formal de tutora por crueldade contra cachorros
Na última semana, um caso de crueldade contra animais, trazido em primeira mão pela reportagem do Clic Camaquã, veio a público e trouxe um importante recado para a comunidade camaquense. O caso foi o primeiro de condução de tutor pela Polícia Civil por crime ligado aos maus-tratos contra animais.
Na oportunidade, uma mulher foi detida e levada à Delegacia por manter cachorros em situação de extrema calamidade, sendo mantidos sem abrigo do sol e da chuva, sem comida, acorrentados e em situação de higiene extremamente precária, sendo alvo de infestação de pulgas e carrapatos.
De acordo com informações obtidas pela reportagem do Clic Camaquã, a mulher já havia recebido várias “visitas” da Brigada Militar e da Polícia Civil em sua residência, localizada no bairro Getúlio Vargas. As visitas foram motivadas por denúncias de vizinhos, que acompanhavam a situação dos cachorros que ali estavam.
Nas visitas, os policiais orientaram a tutora e deixaram termos de advertência. Mesmo com depoimentos prestados por outras pessoas na Delegacia de Polícia, a mulher nada fez para mudar a situação dos animais, que seguiam em maus-tratos.
Ela ainda complementou: “Em nosso Município enquanto Protetores não vamos permitir maus tratos com animais. Nossa luta é por eles e para eles”, disse Ivana. No sábado, 24 de setembro, ela esteve no programa Controle Geral, trazendo importante relato contra a impunidade nos casos de crueldade contra animais.
Ivana relatou ter sido ameaçada pela acusada, que se enfureceu pela ação da Polícia. A voluntária destacou que antes da ação, no entanto, esteve no local diversas vezes, sempre oferecendo opções para solucionar o problema que os animais enfrentavam. Em alguns momentos, Ivana se ofereceu para acolher os cães na ARCA ou para castrá-los de forma gratuita. Todas as propostas foram recusadas:
“No primeiro momento, quando vi os filhotinhos, eles não caminhavam ainda. Se rastejavam pelo chão, sobre fezes, em um corredor. Eram dois cachorros, o amarelo e a mão [dos filhotes]. Por isso, levei uma casinha para eles, para pelo menos uma noite eu conseguir dormir tranquila. Tu vê, o animal é da pessoa, mas a dor é minha. É complicado, sabe. Tu entra numa situação que afeta até teu emocional em função de pessoas que não conseguem nem manter um bem-estar para o animal, de soltar no pátio, de dar um abrigo”
Assista a entrevista completa:
Voluntária da causa animal, Ivana de Paula relatou a situação também pelas redes sociais no dia do ocorrido:
“A canina preta teve cria no chão, sem casinha. Os filhotes, ainda em fase de amamentação, rolavam nas fezes da mãe. Outro cão [ficava] no corredor, atado em acorrentamento curto. Os animais infestados de carrapatos. E hoje (22/09) pela manhã, o cão estava na chuva, atado, e a preta só estava abrigada porque a Arca havia emprestado a casinha”
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Com a ação da Polícia Civil, os animais foram encaminhados para a Associação Protetora aos Animais de Rua Camaquã (ARCA) e a tutora para a Delegacia.
À reportagem, Ivana também relatou ter sido vítima de ameaça por parte da acusada:
“Fui alvo da ira da tutora, que bravejava pragas e ameaças contra mim, porém meu coração hoje ficou leve por saber que estas vidinhas já estão abrigadas e passarão por avaliação médica veterinária. Meu total apreço e respeito aos Policiais Civis e Militares, bem como as Delegadas Vivian e Georgia. A nossa parte na Arca é Defender os Animais, lutar por seus direitos, usando sempre da legalidade para que se cumpra através da justiça os Direitos que lhes pertence.”
No Facebook, Ivana publicou vídeos que mostram o momento do resgate dos animais e as condições em que eles se encontravam. Clique aqui e assista.
