Morre escritora carioca Nélida Piñon, aos 85 anos em Lisboa
Acadêmica foi a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras
A escritora carioca Nélida Piñon, primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras (ABL), morreu neste sábado (17), em Portugal, na cidade de Lisboa, aos 85 anos.
De descendência espanhola, Nélida nasceu no Rio de Janeiro e se formou em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). Ela foi editora e membro do conselho editorial revistas brasileiras e estrangeiras. Também ocupou cargos no conselho consultivo de diversas entidades culturais em sua cidade natal.
A acadêmica foi Ocupante da Cadeira de número 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ela foi eleita em 27 de julho de 1989.
Nélida venceu o Prémio Princesa das Astúrias da Espanha na categoria de Letras. Concedido pela coroa espanhola, o prêmio é destinado a pessoas que destacam internacionalmente em suas áreas.
Em nota, a ABL destacou a importância de Nélida Piñon. A entidade anunciou que o sepultamento será no seu mausoléu, mas não divulgou a data. A realização de uma Sessão da Saudade está confirmada para o dia 2 de março de 2023, no Salão Nobre. A ABL informou que trata-se de uma cerimônia tradicional, na qual os integrantes externarão o seu sentir e o seu pensar sobre a colega homenageada. A Câmara Brasileira do Livro (CBL) também lamentou a perda de “uma das mais brilhantes escritoras brasileiras”.
Suas obras foram traduzidas em mais de 30 países e contemplam romances, contos, ensaios, discursos, crônicas e memórias, que renderam conquistas importantes, entre eles o Prêmio Jabuti, o mais tradicional reconhecimento literário do Brasil.
A escritora recebeu a honraria na edição de 2005 com o romance Vozes do Deserto. Nélida Piñon recebeu ao longo de sua carreira mais de 40 condecorações nacionais e internacionais.
A cantora, Margareth Menezes, futura Ministra da Cultura, lamentou a morte da escritora. Em sua rede social na internet, disse que está “profundamente sentida com a partida de Nélida”. “O país perde uma de suas maiores escritoras. Tenho certeza que seu legado seguirá conosco, vivo em suas obras. Meu abraço aos amigos e familiares”, escreveu a artista.