Mãe de Paulo Gustavo agradece aos fãs pelo carinho com a família e pede: ‘usem máscara’
'Eternamente agradecida a todos pelas orações e carinho com minha família. Que Jesus abençoe a cada um de vocês', disse Dea Lucia, que foi a inspiração para o humorista criar o personagem Dona Hermínia
A mãe do ator e humorista Paulo Gustavo, Dea Lucia Amaral, agradeceu aos fãs pelas mensagens de carinho. “Eternamente agradecida a todos pelas orações e carinho com minha família. Que Jesus abençoe a cada um de vocês. Usem máscara”, disse Dea ao se pronunciar pela primeira vez após a morte do filho.
O humorista morreu essa semana vítima do novo coronavírus. Nesta sexta-feira (7), o Brasil registrou 2.217 mortes por Covid-19 em 24 horas, totalizando 419.393 óbitos desde o início da pandemia.
Mãe foi inspiração
Desde pequeno o humorista imitava parentes e se tornou figura popular entre os amigos. A rotina ficou puxada quando ele começou a conciliar o trabalho, em Niterói, com as aulas de teatro em Laranjeiras, no Rio.
Dona Déa Lúcia foi a inspiração para Paulo Gustavo criar Dona Hermínia, a supermãe debochada que protagonizou uma franquia de sucesso, entre peças e filmes campeões de bilheteria. O “nascimento” de Dona Hermínia foi na peça “O Surto”, em 2004. A personagem foi ovacionada e voltou na peça seguinte, “Infraturas”, com o colega de turma Fábio Porchat.
Percebendo que Dona Hermínia fazia muito sucesso entre o público durante as apresentações, Paulo resolveu criar um espetáculo dedicado a ela, em 2006. Mas Dona Déa não gostou tanto da “homenagem” logo de cara.
“Eu a chamei para assistir um dia antes do público. Ela não achou graça. ‘Não sei, Paulo Gustavo, você vai fazer isso e não vai dar certo’”, narrou o humorista.
Deu tão certo que, pela atuação no monólogo escrito por ele, Paulo foi indicado ao Prêmio Shell no mesmo ano. Construída com base nas relações familiares que via em casa, a personagem era uma mãe muito engraçada e superprotetora, além de uma típica dona de casa que vivia para criar os filhos.
O texto foi adaptado para o cinema em 2013 e virou uma franquia de sucesso estrondoso. “Minha Mãe é uma Peça 2” foi lançado três anos depois e Paulo Gustavo venceu o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de roteiro adaptado. O terceiro filme, de 2019, bateu o recorde de bilheteria nacional, com quase R$ 200 milhões de caixa.
Em todas as adaptações de “Minha mãe é uma peça” para o cinema, Paulo também trabalhou como roteirista. Somados, os três filmes venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020.
Foi com ternura que o comediante contou quando a mãe o questionou sobre sua orientação sexual durante a adolescência. Panela na mão, indo para cozinha, ela falou assim: ‘Você é gay, Paulo Gustavo?’ Aí eu falei: ‘Sou’. Aí foi para a cozinha. Eu fui atrás dela: ‘Mãe, por quê?’ ‘Não, eu tenho medo de você sofrer na rua, mas em casa você pode ser o que você quiser, vou te amar do mesmo jeito.’