FOTOS: ‘Ciclone bomba’ provoca vento acima de 100km/h, estragos e falta de luz no RS
Segundo a CEEE, as regiões Litoral Norte e Metropolitana são as mais afetadas pela falta de energia; confira as fotos e vídeos do ciclone
A chuva e o vento forte, provocados pelo ciclone bomba, deixaram estragos e moradores sem luz no Rio Grande do Sul. Às 8h desta quarta-feira (1), quase 900 mil residências estavam sem energia no estado.
Rajadas de vento chegaram a 116,6 km/h em Santa Vitória dos Palmar, na Região Sul, a 1h da madrugada. Segundo o boletim divulgado pela Defesa Civil do estado, na manhã desta quarta, 1.035 pessoas foram afetadas e 871 casas ficaram danificadas.
Pela RGE, são 145 mil clientes com o fornecimento prejudicado em toda a área de concessão.
Pela CEEE, o número de clientes sem energia subiu para 750 mil. As regiões mais afetadas são o Litoral Norte (310 mil clientes sem fornecimento) e Metropolitana (303 mil, incluindo a Capital).
Iraí, no Norte do estado, registrou estragos — Foto: Corpo de Bombeiros de Frederico Westphalen
Em Farroupilha, na Serra, parte da ERS-448 cedeu, no trecho que leva a Nova Roma do Sul. A rodovia está bloqueada e não tem previsão de ser liberada. Para quem quer ir de Farroupilha pra Nova Roma, o grupo rodoviário estadual indica ir por Antônio Prado.
Em Vacaria, pelo menos 180 casas foram destelhadas, segundo os bombeiros. Árvores caíram por cima de casas e também sobre rodovias. Os bombeiros já distribuíram cerca de 900 metros de lona e afirmam que há mais de 150 pessoas na fila de espera por lona.
Em Bom Jesus, os bombeiros foram chamados pra retirar uma árvore que caiu em cima de um carro na principal avenida da cidade. O motorista estava sozinho na hora do acidente e não ficou ferido.
A prefeitura afirma que ainda faz levantamento dos estragos, mas já adiantou que algumas casas foram destelhadas e muitas outras árvores caíram por causa do vento forte.
Em Iraí, cerca de 300 casas foram parcialmente destelhadas. As casas mais atingidas ficam na Vila Militar. A prefeitura e os bombeiros estão distribuindo lonas para os mais atingidos.
Em Lagoa Vermelha, os ventos chegaram a 101km/h. No levantamento preliminar da Defesa Civil, foram contabilizadas até o momento, 80 casas destelhadas de forma parcial ou total, em diversos bairros da cidade. De acordo com a RGE, cerca de 170 mil clientes estão sem energia elétrica no Norte e Nordeste do estado.
Em Bom Jesus, árvore caiu em cima de carro — Foto: Duclerc Silva/arquivo pessoal
Em Camaquã
Na madrugada desta quarta-feira (01), a região de Camaquã sentiu os efeitos do ciclone extratropical de baixa pressão, localizado sobre o estado. Nas redes sociais diversos internautas relatam os estragos ocasionados pelo temporal.
Uma árvore caiu na BR-116, próximo a entrada do posto Molon. O Corpo de Bombeiros de Camaquã, precisou se deslocar até o local para realizar o atendimento, por volta das 3h.
A pista ficou parcialmente bloqueada por um tempo, no sentido Porto Alegre, Camaquã. No início desta manhã a pista foi totalmente liberada.
Os moradores de uma casa na Ederaldo de Souza Gomes, no bairro Getúlio Vargas, também sentiram os impactos dos fortes ventos desta madrugada. Uma árvore caiu em cima da casa.
A corporação dos Bombeiros realizou o atendimento no local por volta das 5 horas. Segundo informações, a família não sofreu ferimentos e aguarda a CEEE para retirar a árvore, já que pegou na rede elétrica.
O que é
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Heráclio Alves, ciclones extratropicais são relativamente comuns e são formados por áreas de baixa pressão atmosférica. Este que passa pelo Brasil surgiu próximo ao Paraguai e vai cruzar diversas regiões continentais até chegar ao oceano, onde ainda atua por algum tempo e depois perde força.
“Ele causa basicamente ventos mais fortes, muita chuva, e a partir daí que se formam as frentes frias. Entre ontem e hoje, foram registradas rajadas de vento de 50 a 100 km/ h no Rio Grande do Sul. Amanhã, ele se desloca para o oceano, quando o passa a afetar mais a costa do país”, afirmou o especialista do Inmet à BBC News Brasil.
As consequências, segundo ele, são ondas maiores e uma grande agitação no mar. Isso deve ocorrer na faixa que vai do Rio Grande do Sul até o Rio de Janeiro. A Marinha emitiu um comunicado para alertar que a região Sul deve ter mar agitado e ondas de até 7 metros nas próximas horas. Algumas regiões montanhosas de Santa Catarina podem ter ventos de até 140 km/h.
Os vendavais que já estão sendo provocados pelo ciclone podem arrancar telhas de imóveis e causar tempestades. Segundo o especialista do Inmet há cerca de um mês ocorreu outro ciclone como este. A diferença é que o último foi mais fraco e apenas tangenciou o Rio Grande do Sul, como fará desta vez em São Paulo.
Confira algumas das fotos dos resultados da passagem do Ciclone pelo Rio Grande do Sul: