Prestes a completar um ano, goleada contra a Alemanha ainda ecoa no futebol brasileiro
Trágica derrota para Alemanha completará um ano nesta quarta-feira
Como um castelo de cartas, uma reputação criada à base de um século de títulos ruiu após aquele 8 de julho de 2014. E daquele placar de 7 a 1 no Mineirão, a sensação é de que os gols de Müller, Klose, Khedira, Kroos e Schürlle pouco surtiram efeito na seleção brasileira. A Canarinho colhe frutos da estagnação. Passa pelo processo de perda de prestígio, da magia. Das cores que um dia brilharam. E o pior: sem muitas perspectivas de despertar.
A segunda eliminação consecutiva em quartas de final de Copa América para o Paraguai, ocorrida no último dia 27 de junho, é reflexo disso. Além da frustração diante do lanterna das últimas eliminatórias sul-americanas, o futebol apresentado pelo Brasil no Chile foi o de um lindo caso de amor com a apatia.
Os últimos resultados e atuações da seleção brasileira causam a impressão que a mítica camisa amarela perdeu o peso que amedrontava adversários. Mas a reflexão gerada através deste momento vai além da busca por reconquista do respeito. Traz o alerta sobre uma Canarinho que hoje se nivela por baixo e precisa evoluir para acompanhar Alemanha e outras potências.
“O respeito não acabou. O que acabou foi o medo de jogar contra a seleção brasileira. Não há mais aquele sentimento de inferioridade. Seleções como Colômbia e Chile jogam acreditando que podem ganhar (do Brasil), conscientes de que o nível é similar”, analisa Alexandre Lozetti, repórter de seleção brasileira do GloboEsporte.com.
Neste caminho próximo do primeiro aniversário do 7 a 1, o Brasil clama pela necessidade de repensar sua atual significação no futebol mundial. E, enfim, tirar efetivamente alguma lição dos últimos fracassos. “Aprendemos muito pouco nos últimos tempos. O futebol brasileiro é muito autorreferente, de olhar o próprio umbigo para encontrar soluções. É claro sinal de arrogância. Um erro que precisa ser corrigido. Há outros centros muito mais avançados e que podem nos ensinar”, alerta Ubiratan Leal, editor e redator do site Trivela.