Governo e Cpers seguem sem acordo sobre greve do Magistério
Sindicato insiste que, sem propostas concretas, não pode convocar categoria
Em menos de cinco minutos de reunião, o Palácio Piratini e o Cpers Sindicato não chegaram, na tarde de hoje, a um acordo em torno do fim da greve do Magistério na rede estadual de ensino. Nesta terça, a paralisação dos professores completou 50 dias – 34 deles úteis, que terão de ser recuperados para que se cumpra o calendário letivo. A paralisação ocorre em função do parcelamento de salários do funcionalismo. O encontro-relâmpago entre o chefe da Casa Civil, secretário Fábio Branco, e lideranças do Cpers ocorreu durante a tarde no Centro Administrativo, no Centro de Porto Alegre.
Assim como Fábio Branco, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, também disse nunca ter visto uma reunião tão rápida. O motivo alegado é a falta de propostas ou alternativas para dar fim à paralisação. A rodada de negociações já nasceu sinuosa, uma vez que o encontro entre as partes foi marcado e desmarcado, horas depois, até ser efetivamente realizado.
A Casa Civil sustenta que a crise financeira só vai ser amenizada após a adesão do Rio Grande do Sul ao Plano de Regime de Recuperação Fiscal, ainda sem prazo para ser firmado com o governo federal. Fábio Branco reforça que o governo gaúcho não dispõe de um “Plano B” para resolver o impasse.
“Nós estamos apelando para sensibilidade do sindicato, princialmente, porque nós não temos Plano B. Não foi o governador Sartori que criou essa situação de finanças em situação bastante precária. A greve não vai contribuir e resolver esse problema porque nós não vamos gerar outra (fonte de) dinheiro”, pontua. O secretário ainda entende que a paralisação das aulas perdeu sentido, já que os salários estão em dia.
Em nome do Magistério, Helenir Schürer espera nova proposta do Piratini para colocar a pauta em votação junto aos professores. “Como o secretário já deixou claro, logo na primeira fala, que não haveria nenhuma proposta, nós nos retiramos e que o governo nós chame quando tiver uma proposta real e concreta para que possamos analisar”, disse.
Conforme levantamento feito pela Secretaria Estadual da Educação (Seduc), nesta terça-feira, cerca de 70% das escolas seguem funcionando normalmente; 27% parcialmente e 3% fechadas em função da greve. Já o Cpers computa adesão de 60% da categoria.