Cpers defende ser impossível reorganizar calendário letivo com greve em andamento
Seduc emitiu orientação de recuperação do calendário na última sexta; Cpers não projeta fim da greve
O Cpers Sindicato repudiou a atitude da Secretaria Estadual da Educação (Seduc) em orientar as direções de escolas para reorganizar o calendário letivo, mesmo antes do fim da greve do magistério. A presidente do Cpers, Helenir Schürer, destacou que é impossível estipular a data em que o ano escolar será finalizado enquanto os professores seguirem com a paralisação.
“Eu fico muito indignada porque o tempo que o governo perde em tentar desmobilizar a nossa categoria, poderia estar aproveitando para buscar uma saída para a greve. Em primeiro lugar, a nossa categoria não vai sentar para fazer nenhum plano de recuperação de aula sem a garantia de que os dias parados não serão descontados. E a gente sabe que, se tiver um professor em greve numa escol,a o calendário fica inviável porque tu precisas das horas para que todos os professores possam atender os alunos. Então, é mais um blefe do governo”, argumenta.
O magistério está em greve desde o início de setembro contra o parcelamento de salários e, conforme a presidente, a paralisação está mantida por tempo indeterminado. Na próxima terça-feira, quando está prevista votação na Assembleia Legislativa, a categoria promete realizar ato na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Não há assembleia de professores marcada.
Nessa sexta-feira, a Seduc encaminhou orientações e critérios para que as escolas não afetadas pela greve do magistério reorganizem o calendário letivo, a partir de segunda-feira. Pela previsão, as escolas podem utilizar todos os sábados disponíveis e o encerramento do ano letivo deve ocorrer até 14 de janeiro de 2018.
De acordo com a Pasta, 70% das unidades seguem funcionando normalmente. O percentual, no entanto, é contestado pelo Cpers Sindicato, que garante a mobilização de 3/4 dos professores da rede estadual (75% da categoria).