Presidente da Equatorial não comparece em audiência em Camaquã e revolta presentes
Raimundo Barretto Bastos, presidente da Equatorial, foi chamado de covarde por sindicalista durante Audiência Pública ocorrida em Camaquã
Na tarde desta quinta-feira, 5 de maio, a cidade de Camaquã recebeu uma audiência pública para debater o serviço prestado pela CEEE Equatorial na região Centro-Sul. A Audiência Pública foi promovida pelo Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa.
A reunião, ocorrida no Teatro do Sesc, trouxe o tema: “Serviço do Grupo Equatorial Energia na Região Centro Sul”.
A reportagem do Clic Camaquã esteve no local e acompanhou as manifestações de prefeitos, vereadores, sindicalistas, líderes políticos e representantes de diversas classes, vindo de diversas cidades da região.
A reunião foi marcada pelo não comparecimento do presidente da Equatorial Energia no Rio Grande do Sul, Raimundo Barretto Bastos, que havia sido convocado para prestar esclarecimento sobre os primeiros meses de serviço da empresa, que adquiriu parte da CEEE.
Muitos dos presentes demonstraram indiganação com a ausência do presidente da Equatorial.
Em vídeo gravado pela reportagem do Clic Camaquã, se manifestaram produtores e representantes da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura Familiar (Fetraf/RS) e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Camaquã.
“Da minha parte, achei covardia o presidente da Equatorial não estar presente nesta audiência”, disparou o representante do Fetraf/RS.
Agricultores e sindicalistas relataram prejuízos em diversas culturas. A agricultora Silvia Barh falou sobre a secagem do fumo, uma das principais etapas da produção.
“Temos relatos de incêndio, então se perde o fumo e a estufa, que deveria funcionar, pelo menos, para o restante da safra. As quedas de luz queimam os equipamentos caros, e os prejuízos estão ficando gigantescos, sem contar do valor da conta de luz, paga-se muito caro e recebe-se muito pouco. Nosso trabalho tem sido jogado fora”, reclamou.
Assista:
Além dos produtores e sindicalistas, também utilizaram a palavra os representantes dos municípios da região.
O deputado estadual Zé Nunes (PT), presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da AL, coordenou o debate e lamentou a ausência do presidente da Equatorial, Raimundo Barreto Bastos, que estava confirmado.
“A região demarcou seu descontentamento com os serviços da Equatorial, e apelou por uma mudança de padrão de atendimento. Seria um ótimo momento para o presidente conhecer de perto essa realidade. Nosso agricultor se sente abandonado, está perdendo sua produção, e assiste seu produto estragando. Precisamos resolver com urgência os problemas na nossa região”, finalizou.
A assessoria do deputado, em nota, destacou que a Equatorial promoveu plano de demissão voluntária, o sistema de atendimento foi fechado, as equipes reduzidas em menos da metade, e atualmente, a empresa não está dando conta de prestar o serviço de qualidade.
“Esperamos um esforço ainda maior por parte da empresa, para que o padrão de atendimento seja melhorado o mais rápido possível”, declarou o parlamentar.
O vice-prefeito Abner Dillmann e o presidente da Câmara, vereador Vinícios Araújo, representaram Camaquã; o prefeito Joel Subda representou Chuvisca. Também estiveram presentes representantem de 13 municípios da região.
Assista:
A audiência foi aberta para a participação da população de Camaquã e região.
Pela Equatorial, estavam o assessor da presidência, Giovani Francisco da Silva, e o gerente executivo de obras da Equatorial, Rafael Crochemore, que apresentou o planejamento para a região. Ele falou que é difícil conseguir priorizar demandas pontuais, porque todas são importantes.
“Trabalhamos por regiões que apresentam maior deficiência, com racionalidade, para que a melhora no fornecimento não seja momentânea”.
Crochemore reconheceu que o atendimento não está da melhor forma possível, mas disse que estão centralizando uma pessoa para ser responsável por isso na empresa.
“A administração está ampliando o volume de investimento em mais de 10% para esta área, chegando aos R$ 400 milhões. Estamos contratando uma consultoria nacional para obras de curto prazo”.
Pretendem então, aumentar as equipes, ampliar os investimentos, trabalhar em mutirões, aumentar o processo de automação, dobrar a posição de atendimento do 0800, e criar novos canais.
Giovani falou sobre a situação de infraestrutura deixada pela CEEE enquanto estatal e garantiu investimento para melhorar esta mesma infraestrutura da rede elétrica da região.
Assista:
Em nota enviada ao Clic Camaquã, a Equatorial esclareceu a questão:
“A CEEE Grupo Equatorial esclarece que o presidente da empresa, Raimundo Barretto Bastos, assim que recebeu o ofício para presença em Audiência Pública no dia 05 de maio, em Camaquã, informou ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Valdeci Oliveira, que não poderia comparecer devido a um compromisso pré-agendado.
Imediatamente, o executivo delegou o comparecimento ao seu grupo de trabalho relacionado ao relacionamento institucional, operação e comercial, no sentido de prestar os devidos esclarecimentos à população do Centro-Sul gaúcho.
O fato foi esclarecido pelo Assessor de Relações Institucionais, Giovani Francisco da Silva, durante a Audiência Pública”