Governo prevê quitar folha de junho só depois de 23 de julho
Secretaria da Fazenda atribui dificuldades à crise financeira agravada pela greve dos caminhoneiros
O governo do Rio Grande do Sul iniciou nesta sexta-feira o pagamento da folha do mês de junho. Foram depositados integralmente os salários para os servidores que recebem até R$ 1.200.
A previsão é de que os demais grupos do funcionalismo passem a receber apenas a partir de 10 de julho. Até dia 17, está previsto o pagamento para quem tem vencimento líquido acima de R$ 4.500 até R$ 6.500.
Segundo a Secretaria da Fazenda, a situação fica ainda mais delicada a partir desse momento. Pois novos pagamentos, para quitação da folha, só deverão acontecer depois de 23 de julho.
As dificuldades, segundo o governo, estão relacionadas com a imprevisibilidade da entrada de recursos. A receita líquida do mês de junho está R$ 123 milhões abaixo da registrada no mesmo mês do ano passado. As despesas, R$ 84 milhões acima no comparativo.
O secretário da Fazenda Luiz Antônio Bins destaca que a crise foi agravada pela greve dos caminhoneiros: “Agora em junho temos receita extraordinária e ainda estamos sendo assolados por esta crise econômica e principalmente pelos resultados e consequências da greve dos caminhoneiros.”
Questionado pela equipe de reportagem sobre a possibilidade iminente de um atraso no pagamento de salários tão grande a ponto das folhas de meses diferentes se encontrarem, o secretário respondeu que essa possibilidade não pode ser descartada.
“Estamos vivendo um momento de grande dificuldade, então não iremos conseguir pagar o salário no dia 13 ou 14 como vinha acontecendo”, explica Bins.
Para pagar os salários de até R$ 1.200, foram necessários R$ 59,5 milhões. A parcela do 13º salário representa outros R$ 115 milhões e mais R$ 1 milhão corresponde à indenização por conta do atraso da folha anterior.