Cerca de 6500 entregas deixaram de ser feitas em Camaquã nesta quarta
Durante primeiro dia de greve, carteiros deixaram de entregar cerca de 6.000 correspondências e 500 mercadorias na cidade e no interior de Camaquã
Na manhã desta quarta-feira (11), os funcionários do Correios de todo país iniciaram a adesão à greve, reivindicando melhores condições de trabalho e contra a privatização da estatal. Segundo os funcionários que aderiram à greve, cerca de 6.000 correspondências e 500 produtos/mercadorias deixaram de ser entregues apenas neste primeiro dia de greve, que deve seguir por tempo indeterminado.
Até o momento, 23 funcionários das unidades de Camaquã aderiram à greve. No Centro de Distribuição Domiciliar, são 22 funcionários em greve e 4 que não aderiram. Já na agência do Centro da Cidade, são 8 funcionários que não aderiram e 1 funcionário que também está em greve. Segundo os funcionários, mais dois funcionários decidem até esta quinta-feira (12) se irão se juntar aos demais que já estão paralisados.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos do RS (Sintect-RS), que representa a maior parte dos municípios do Rio Grande do Sul, a medida vale para todo o país. As federações que representam os trabalhadores em nível nacional, Fentect e Findect, já haviam orientado os sindicatos a paralisarem.
Até o momento, 23 funcionários aderiram à greve em Camaquã. Foto: Eduardo Costa / Clic Camaquã
A greve
Um dos motivos para a greve é a campanha salarial e a falta de acordo entre os funcionários e os Correios. Segundo o Sintect-RS, a empresa não aceitou a prorrogação do acordo coletivo, que estava vigente até agosto. Os trabalhadores dos Correios protestam contra a proposta de reajuste salarial oferecida pela empresa, de 0,8%. O valor é menor que os 3,1% da inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Os funcionários também protestam contra a retirada de direitos da categoria e contra a privatização dos Correios, medida que já teve manifestação favorável do presidente Jair Bolsonaro.
“Serviços melhores e mais baratos só podem existir com menos Estado e mais concorrência, via iniciativa privada. Entre as estatais, a privatização dos Correios ganha força em nosso governo”, disse o presidente em uma publicação no Twitter, em junho deste ano.
Conforme o Sintect-RS, ainda não é possível saber qual a adesão à greve, mas o atendimento será mantido nas agências, com o mínimo de 30% do serviço. Procurada, a superintendência dos Correios no Rio Grande do Sul informou que ainda avalia o impacto da greve.