Cenário econômico leva o endividamento das famílias gaúchas a 68,3% em março
O cenário econômico mais uma vez foi determinante no aumento do nível de endividamento das famílias no Rio Grande do Sul. No mês de março, o indicador atingiu 68,3% contra 51,9% verificados no mesmo mês do ano passado. Assim como nos meses anteriores, fatores como queda de emprego e da renda, além do avanço da inflação, impactaram nas condições financeiras das famílias gaúchas. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (24) e constam da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Fecomércio-RS.
“Os dados continuam mostrando que as famílias que já entraram em inadimplência estão com dificuldades de sair dessa situação. Esse cenário, associado às projeções de piora da situação econômica, faz com que persista o viés negativo desse indicador”, afirmou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Um aspecto da pesquisa é que o endividamento voluntário se mostra restrito nos últimos meses, especialmente pela desaceleração recente do consumo e do crédito.
A PEIC-RS de março indica que a parcela da renda comprometida com dívidas, na média em 12 meses, permaneceu estável, em 31,8%. O tempo de comprometimento, também na média em 12 meses, ficou em 7,6 meses. O cartão de crédito segue como o principal meio de dívida dos gaúchos, apontado por 75,5% dos endividados, seguido por carnês (33,2%), crédito pessoal (16,9%) e cheque especial (11,8%).
O percentual de famílias com contas em atraso cresceu significativamente em março de 2016 na comparação com o mesmo mês de 2015: saiu de 19,2% para 31,2%. “A deterioração acelerada no mercado de trabalho, com efeito sobre os níveis de emprego e renda, além da inflação, impactam diretamente no aumento da inadimplência”, considera Bohn.
A média de famílias que não terão condições de regularizar nenhuma parte de suas dívidas em atraso no prazo de 30 dias atingiu 8,3% em março de 2016, com um pequeno recuo em relação ao ano passado, quando marcou 8,6%. “O indicador continua mostrando a dificuldade das famílias que entram em inadimplência em sair dessa situação, frente ao cenário econômico atual, bastante deteriorado”, considerou o presidente da Fecomércio-RS.