Bancários e Fenaban fazem mais uma rodada de negociação após uma semana de greve
Segundo a Contraf, paralisação atinge quase 49% dos locais de atendimento
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional de Greve dos bancários fazem hoje mais uma rodada de negociação. A categoria está paralisada desde a terça-feira passada. Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a adesão ao movimento atinge 11,5 mil agências e 48 centros administrativos, o que representa 48,9% dos locais de atendimento.
As principais reivindicações dos bancários incluem reposição da inflação em 9,62%, mais 5% de aumento real, participação nos lucros de três salários mais R$ 8,3 mil e vales refeição e alimentação no valor de R$ 880 ao mês. A categoria protesta contra o assédio moral e as metas abusivas que, de acordo com a Contraf, fazem com que os trabalhadores adoeçam.
Na última proposta, encaminhada na sexta-feira, a Fenaban ofereceu reajuste de 7% para os salários e benefícios, além de abono de R$ 3,3 mil, a ser pago até dez dias após a assinatura do acordo. “A nova proposta resulta numa remuneração superior à inflação prevista para os próximos 12 meses, com ganho expressivo para a maioria dos bancários”, salienta a entidade.
“A Fenaban entende que o modelo de aumento composto por abono e reajuste sobre o salário é o mais adequado para o atual momento de transição na economia brasileira, que passa de uma inflação alta para uma inflação mais baixa”, pondera o comunicado.
Na avaliação do presidente da Contraf, Roberto von der Osten, a proposta não atende às demandas dos trabalhadores. “Abono não é ganho real. É compensação por perdas”, ressalta Osten. “Insistem com a velha tese usada nos anos 90 de ajudar a saída da ‘crise’ com ‘âncora’ de redução salarial. Ou seja, contribuem com o dinheiro dos outros. Os trabalhadores não criaram crise nenhuma e não querem pagar o pato. Por isso, a greve aumentou”, disse ele.