Tabaco energético é alternativa para produtores de fumo
Idéia é de agregação de uma nova fonte de renda para o agricultor
A perspectiva de uma alternativa de cultivo para a pequena propriedade rural da região produtora de fumo Virgínia do Estado e da agregação de uma nova fonte de renda para o agricultor foi debatida, nesta terça-feira (11), pelo secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, com o empresário Sergio Detoie e prefeitos das regiões Centro Sul e Vale do Rio Pardo. A alternativa foi apresentada aos dirigentes municipais pelo executivo da empresa Empreenda.vc. Trata-se do tabaco energético, uma variedade utilizada para produção de biocombustível, principalmente querosene de aviação.
Fábio Branco assinalou que, além de acrescentar valor à propriedade rural, o tabaco energético representará uma nova conquista, porque é uma cultura que não substituirá a produção de alimentos, mas significará inovação em uma zona onde a atividade econômica da família rural está no cultivo de pequenas áreas. “Percorri e conheço a região. Sei das dificuldades que enfrenta aquele agricultor e vejo no cultivo do tabaco energético uma opção capaz de garantir renda”, disse.
Conforme Detoie, o tabaco energético – denominado Solaris – foi obtido por mutagenia, em uma seleção natural que vem sendo desenvolvida nos últimos 20 anos na Itália. A variedade resultante é fraca em nicotina e rica em óleos vegetais. O principal produto dela é a semente, que, depois de processada, se transforma em biocombustível que vem sendo testado pela aviação civil.
Detoie, que estava acompanhado do produtor rural Nelson Tatsch, disse aos prefeitos presentes na reunião convocada pela Sala do Investidor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect) que o produto está sendo oferecido pela SunChem South Brazil. Também explicou que ele já foi cultivado em lavoura experimental no distrito de Rincão Del Rei, em Rio Pardo.
A planta alcança 1,70 metro de altura, produz uma cápsula com cerca de 5 mil sementes e permite três cortes por ano agrícola. Segundo Detoie, a variedade Solaris não substitui a tradicional lavoura de fumo, mas é uma nova alternativa àqueles que desejarem migrar de cultura.
Para o prefeito de Dom Feliciano, Dalvi Soares, também vice-presidente da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco do Brasil (Amprotabaco), trata-se de uma opção muito interessante para diversificação da renda da propriedade rural. Já na avaliação do prefeito de Camaquã, João Carlos Machado, tudo o que estiver relacionado com a produção de energia renovável tem futuro, e o tabaco energético pode ser uma outra possibilidade para a região que concentra expressivo número de produtores de tabaco Virgínia.
A SunChem é uma empresa criada em 2007, na província de Parma, na Itália, a partir da também italiana Isoedil. Foi fundada para o desenvolvimento e o aproveitamento do tabaco energético, e vem fazendo pesquisas em escala mundial.