Seminários do Irga destacam o novo perfil da cadeia produtiva do arroz
Eventos servem para discutir novas estratégias para o setor
Cerca de mil produtores acompanharam 43 palestras em oito municípios da Depressão Central do Estado nesta semana. As apresentações fazem parte dos Seminários de Resultados promovidos pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), que ocorreram de 23 a 27 de junho.
Ao longo dos eventos, engenheiros agrônomos do Irga apresentaram os resultados da safra de arroz 2013/14 e falaram sobre as novas regras para a indenização pela ocorrência de granizo, as novas cultivares de arroz desenvolvidas pelo instituto, o uso alternativo de várzeas, o controle de pragas e doenças e sobre o manejo da soja na várzea e do arroz irrigado pré-germinado. Os seminários também contaram com o prognóstico climático para a safra 2014/15, realizado pelo meteorologista do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Solismar Damé.
O presidente do Irga, Claudio Pereira, ressaltou a importância dos seminários, destacando que possibilitam a aproximação entre o instituto e o produtor. “Nesse momento, o Irga traz as últimas tecnologias e informações sobre mercado e tendências, e os produtores trazem para o Irga as suas demandas e preocupações. Esse é, portanto, um encontro extremamente importante para o futuro da lavoura”, avaliou.
Pereira ministrou a palestra “Cadeia do arroz: presente e futuro”, na qual falou sobre o novo perfil do produtor, destacando os desafios e possibilidades que se apresentam para a cadeia orizícola. O presidente fez uma análise do mercado do arroz, destacando seus bons preços e sua estabilidade. Falou também sobre as ações que possibilitaram o aumento das exportações, como a promoção do arroz brasileiro no exterior e a qualificação das indústrias, possibilitadas pelo projeto Brazilian Rice, e a diminuição das importações, incentivada pelo aumento do crédito presumido para as indústrias que beneficiam pelo menos 90% de arroz gaúcho.
Outro tema abordado foi a importância da rotação de culturas para a segurança financeira do produtor, com destaque para as pesquisas sobre milho e soja em áreas de várzea, desenvolvidas pelo Irga com o objetivo de oferecer alternativas para os produtores. “A crise do arroz tem nome e sobrenome: monocultura do arroz. Ela deixa o produtor muito vulnerável, porque se ele só planta arroz, e o arroz entra em crise, o produtor entra em crise junto”, destaca. Sobre a situação do mercado e o avanço dos últimos anos, Pereira é enfático: “não acredito que o arroz vá disparar, mas também não acredito que vá cair. Acredito na estabilidade. Quem está ditando quando vai vender arroz e por quanto, é o produtor, e não mais a indústria. Essa é a grande diferença dos últimos três anos”.
Os seminários ocorreram nos municípios de Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Santa Maria, Restinga Seca, São Sepé, Candelária, Caçapava Sul e São Pedro Sul.