RS lança colheita de arroz com previsão de queda de 15%
Estado é responsável por 65% da produção nacional
Com a expectativa de colher 7,5 milhões de toneladas, uma queda de 15% em relação à safra passada, o Rio Grande do Sul deu a largada oficial neste sábado em Alegrete, na Fronteira Oeste, para a colheita do arroz. Responsável por 65% da produção nacional, o Estado sofreu na safra 2015/2016 com o excesso de chuvas nas regiões da Depressão Central e Fronteira-Oeste. As primeiras lavouras da região, plantadas em setembro, já começaram ser colhidas, mas o trabalho deve se intensificar a partir de 1º de março.
Durante a abertura oficial, lideranças do setor aproveitaram a presença de autoridades para reforçar pleitos antigos do setor e garantiram que não há risco de desabastecimento. O presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong, afirmou que, antes das enchentes do final do ano passado, que devem afetar a produção gaúcha, “a primeira catástrofe que tivemos foi a ausência do pré-custeio”.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, destacou que o arroz produtivo no Rio Grande do Sul é livre de resíduos de agroquímicos. “Estamos botando na mesa do consumidor brasileiro e de todo mundo um produto saudável”, destacou. Dornelles também entregou um documento ao Instituto Riograndense do Arroz (Irga) que sugere tornar o órgão “mais ágil”.
Na abertura do evento, o superintendente do Banco do Brasil em Santa Maria, Aílton Morais, anunciou a liberação de R$ 700 milhões para a comercialização da safra. De acordo com ele, a medida permite que o produtor possa vender o seu produto no momento oportuno. Morais também afirmou que não deverão faltar recursos para o custeio antecipado das lavouras de verão da próxima safra. “Assim o produtor tem uma condição de se programar pra fazer uma safra tranquila, comprar o consumo, no caso do custeio, e também para vender o produto, no caso da comercialização.”
O secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, ressaltou a importância do Ministério da Agricultura em atender pedido encaminhado por lideranças do agronegócio para que os produtores atingidos pelas enchentes do final do ano de 2015 no Estado possam obter linhas de crédito especiais para atenuar os prejuízos. “Enquanto não tivermos um seguro de renda efetivamente instalado no País, nós precisamos recorrer a estes mecanismos de alongamento, para que os produtores possam ter acesso a créditos para viabilizar a próxima lavoura”, disse. Enquanto algumas parcelas de financiamento estão prestes a vencer já em março, Polo pede agilidade do Mapa para solucionar o impasse destes produtores atingidos.