“Nós tivemos sérios problemas nas lavouras de soja e perda nas lavouras de fumo e milho”, detalha engenheiro da AUD
Em entrevista para a Clic Rádio, Éverton Fonseca enfatiza os efeitos do La Ninã sob Camaquã

Neste sábado (18), o Engº Agrônomo Éverton Fonseca da Associação dos Usuários do Perímetro de Irrigação do Arroio Duro (AUD), concedeu entrevista para a Clic Rádio. Estiagem, La Niña, soja e irrigação, foram alguns dos temas abordados na bancada.
Camaquã decretou situação de emergência no último dia 09, devido à estiagem que afeta áreas do município.
Conforme o Fonseca, os efeitos da estiagem na região se manifestaram ao verão, principalmente para agricultores envolvidos com a cultura da soja.
No município, a soja teve perdas que variam de 20 a até 60%. A EMATER estimou prejuízos de mais de R$ 88 milhões nas culturas do milho, do feijão e, principalmente, da soja.
“No mês de fevereiro e março nós tivemos sérios problemas e esse decreto foi em função das perdas que tá acarretando nas lavouras de soja, porque é o grande volume de perdas que nós tivemos, mas nós estamos tendo perda nas lavouras de fumo e nas lavouras de milho”, detalha.
Abastecimento humano
Questionado sobre os níveis de água para o abastecimento humano:
“Sobre a questão do abastecimento de água para o consumo das pessoas no interior do município, atendemos com um caminhão pipa, que levar a água para o interior para abastecer as casas e comunidades”, afirma.
Efeitos do La Niña
Fonseca destaca que o La Niña é o fenômeno que é a ocasiona a redução do volume de chuvas e ele ocorre há três anos na região.
“A ocorrência de forma estatística do fenômeno é de sete em sete anos. Já Camaquã é um fenômeno em cima de outro né! Ele está acontecendo três anos seguidos nós viemos três anos com o fenômeno La Niña consecutivos. Isso é raro”, explica
Duas safras
Ao final da entrevista, o apresentador Alvorino Osvaldt questionou o convidado sobre a viabilidade de duas safras na região:
“Nós estamos ainda engatinhando na questão de duas safras ao ano. Porque nós temos uma questão de clima e de relevo desfavorável. Nós temos culturas de inverno que poderíamos colocar na safra, o que nos desfavorece é o solo, são as áreas baixas alagadiças né que são próprias para o arroz”, explica.