Manifestação em Venâncio Aires frustra fumicultores
A agenda de reivindicações incluiu aspectos como a valorização do produto por parte das empresas do setor e uma melhor classificação do tabaco vendido
A situação da cadeia produtiva do tabaco na safra 2014/2015 foi discutida durante o dia de hoje, 10 de abril, em Venâncio Aires/RS, durante uma mobilização dos fumicultores. O encontro foi organizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag/RS), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul). A abertura do encontro se deu na Praça da Bandeira e, em seguida, os mais de 2 mil fumicultores caminharam até a frente da empresa China Brasil, onde fizeram as suas manifestações. Na primeira hora da tarde, foi a vez da fumageira Alliance One receber os manifestantes.
Além das pacíficas manifestações em frente às duas empresas – à 50 metros do portão de acesso, pois as empresas pediram uma liminar judicial, temendo depredação -, foram formadas comitivas que visitaram a CTA, Alliance One e China Brasil, em Venâncio Aires, e Universal Leaf e Premium, em Santa Cruz do Sul. Na pauta dos encontros a tentativa de conseguir um reajuste do preço e a diminuição no rigor da classificação.
Segundo o presidente da Afubra, Benício Albano Werner, é importante que governos municipais, vereadores, deputados federais e estaduais e também as lideranças comerciais se unirem ainda mais a nós e nos auxiliarem nesta luta. “Eles podem e devem enviar correspondências para todas as empresas, mostrando o que o tabaco representa para os municípios e para o comércio. As empresas estarão com estas correspondências e poderão mostrar aos seus clientes a situação difícil que vive o nosso produtor, já que as fumageiras alegam que os clientes estão pedindo descontos”, destaca Werner.
Ao fim do encontro, ao dar o parecer para os produtores presentes na manifestação, o presidente da Fetag, Carlos Joel da Silva, revelou que foram dados 20 dias para as empresas melhorarem os preços pagos ao produtor. “Se isto não acontecer, no início de maio estaremos aqui novamente. E não somente na frente destas duas empresas. Faremos um movimento maior”, garantiu o dirigente.
A Mobilização do Fumo contou com a participação de lideranças de entidades e também de prefeitos, vereadores, deputados federais e estaduais.
NOVA SAFRA
Um desdobramento das visitas para algumas indústrias durante o Manifesto do Fumo é um encontro com as fumageiras, na última semana de abril, para debater a nova safra de tabaco. “Não podemos mais uma vez deixar o produtor produzir o tabaco e depois, ter dificuldade de comercializar o tabaco. Para isso, queremos que as empresas nos digam antes do plantio da safra 2015/2016 o que irão querer, para que todos, juntos – entidades e empresas – possamos orientar o fumicultor, pelo bem da sustentabilidade do setor.