Índice de confiança do agronegócio apresenta queda
Dados são da Organização das Cooperativas Brasileiras e da FIESP e abrangem 16 estados
O índice de confiança do agronegócio apresentou uma considerável queda no segundo trimestre deste ano. A informação é de um relatório da organização das cooperativas brasileiras e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Conforme André Pessoa, representante da Agroconsult – empresa de consultoria e projetos, a tendência do índice já era de queda em função da situação político econômica do país. No entanto, a greve dos caminhoneiros intensificou o resultado.
“Esse nível de confiança na economia já vinha baixando, então, se não houvesse a greve dos caminhoneiros, a gente já teria uma redução de tendência. O que nós acreditamos é que ela foi acentuada pela greve que acelerou esse processo de redução do nível de confiança do setor agroindustrial brasileiro nos resultados desse ano, apesar de que tivemos uma safra muito boa. Os dois itens estão relacionados e combinados eles respondem pela maior parte das movimentações negativas que nós capturamos nas entrevistas”, afirma André Pessoa.
Conforme Pessoa, o nível está próximo do mais baixo da série histórica.
“Eles caíram para níveis próximos aos que nós tínhamos durante o final do período Dilma, ou seja, ao longo do período pós impeachment a gente conviveu até última tomada, até o primeiro trimestre de 2018 com um moderado otimismo. Houve uma recomposição do nível de confiança e aparentemente ele não foi se perdendo aos poucos, ele foi perdido de forma abrupta nesse segundo trimestre de 2018”, comenta também.
O presidente Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Paulo Pires, ressaltou a importância do indicador para realizar uma avaliação do cenário do campo. Ele lamentou o resultado e avalia que o período eleitoral deve influenciar no setor no próximo trimestre.
“A nossa parte nos cabe cada vez mais ser eficientes, mas eu acho que tem um recado muito claro em tudo isso, porque em um momento de indefinição, nós temos bastante cautela, já que nós não podemos interferir no processo eleitoral brasileiro. Então, existe uma cautela e infelizmente os investimentos dão represados e a gente tem uma administração principalmente mais cautelosa, porque existe quase uma unanimidade que os custos estão subindo”, afirma Paulo Pires.
O indicador é apresentado trimestralmente e mede a expectativa dos agentes envolvidos nas atividades ligadas ao agronegócio. O índice contempla as culturas de soja, milho, trigo, arroz, cana, café, laranja, algodão e pecuária em 16 estados.
