Gestão e sustentabilidade na cultura do tabaco é tema de painel durante a Expointer
O tema abordado foi a Agenda ESG na cultura do tabaco; com duas horas de duração, o painel foi transmitido pelo YouTube
A Agenda ESG, que pauta a iniciativa Ambiental, Social e de Governança na cultura do tabaco, foi tema de painel na 45ª Expointer. O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Albano Werner, participou na tarde de ontem, 31 de agosto, do painel Campo em Debate, organizado pelo Grupo RBS.
O tema abordado foi a Agenda ESG na cultura do tabaco. Com duas horas de duração, o painel foi transmitido pelo YouTube (assista abaixo).
Werner lembrou que a fundação da Afubra teve objetivos baseados nas necessidades do produtor, iniciando pelo granizo, mas, também, para representar os fumicultores perante os órgãos públicos e privados. Outro objetivo foi a diversificação das propriedades.
“Desde aquela época, nosso trabalho é voltado ao associado e ao produtor rural, por meio do nosso setor técnico, que auxiliam os produtores na diversificação, que precisa ser, cada vez mais, incentivada.”
Destacou que os produtores rurais trabalham a sigla ESG há muito tempo, conduzindo as suas propriedades com foco na sustentabilidade, preservação ambiental e gestão.
Ao falar da parte ambiental, no fim dos anos 70, Benício recordou que, em cadeia produtiva, a Afubra com as empresas, junto ao IBDF, sensibilizou o produtor ao reflorestamento da propriedade.
“Criamos o nosso Verde é Vida, há 31 anos, desenvolvido junto às escolas das regiões produtores. Por meio do Verde é Vida, por meio das crianças e dos jovens, chegamos ao nosso associado e ao fumicultor, sensibilizando sobre a importância da saúde e segurança, preservação ambiental, com o plantio da mata energética, educação e incentivado o uso da tecnologia.”
Werner, destacou que, o principal desafio é “comunicarmos para sermos reconhecidos pelo trabalho que a cultura faz na Agenda ESG. Precisamos da aceitação, por parte da sociedade, da nossa importância.”
O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, lembrou que, na sua infância, “já havia a preocupação com a diversificação de culturas e o senso de preservar o meio ambiente. A ações da cadeia produtiva são sempre juntas, entre empresas e fumicultores”.
O secretário estadual da Agricultura, Domingos Velho Lopes, destacou “que o debate é importante, pois ações de ESG fazem o perfil do produtor e a cadeia do tabaco faz isso com muita competência, apenas precisamos poder divulgar isso. A cadeia é organizada, competente e trabalha com segurança com a agricultura familiar, segmento importante”.
A superintendente estadual do Ministério da Agricultura, Helena Pan Rugeri, falou sobre as políticas públicas do Mapa. “As novas agendas precisam ser olhadas com olhar produtivo e positivo. E o Ministério da Agricultura está à disposição das cadeias produtivas”.
O diretor de Defesa Vegetal da Secretaria, Ricardo Felicetti, disse que a Agenda ESG na cultura do tabaco, é feita com dinamismo e excelência.
“Na parte governamental, a questão das regulações, exercidas de maneira exemplar na cultura do tabaco, com fiscalização e rastreabilidade; na defesa vegetal, estabelecemos garantias, com monitoramento de pragas, medidas de controle de qualidade de produtos. Na questão social, o maior valor da cadeira do tabaco é o emprego da agricultura familiar, na sua manutenção da família na propriedade. Na questão ambiental, a cultura do tabaco tem apostado na tecnificação dos produtores e no incentivo ao reflorestamento para a secagem do tabaco; uma cultura conservacionista”.
Como produtor rural e agro influencer, Giovane Weber, enfatizou que o tabaco faz parte fundamental do agronegócio.
“Venho de família de fumicultores e, por meio das mídias sociais, consegui mostrar o nosso dia-a-dia, não só de fumicultor mas, como produtor rural. E a fumicultura é uma atividade como qualquer profissão. E, em pequenas propriedades, como é a maioria das fumicultoras, o tabaco ainda é o carro-chefe. Mas, também, temos diversificação”.
A apresentação e mediação foi da jornalista Gisele Loeblein.
Agenda ESG
A agenda ESG (Environmental, Social and Governance), que pode ser traduzida como Ambiental, Social e Governança, é o marco de gestão mais importante do mercado atual e conduz as organizações a criarem políticas para estruturar suas atividades de modo sustentável em seus múltiplos aspectos:
– Ambiental: organização apresenta ações para minimizar o impacto na natureza e articula saídas para construir um ativo ambiental. Questões como uso de água, opção por energia renovável e manejo de resíduos são exemplos de condutas amparadas pelo “E” do ESG;
– Social: justiça social é o foco principal. Alinhar as relações com todos os públicos da organização e manter métodos democráticos, transparentes e respeitosos com cada um deles é fundamental. Isso envolve tanto a comunidade que circunda a empresa como os funcionários dela;
– Governança: criar espaços de diálogo e estruturar as tomadas de decisão a partir de princípios éticos e igualitários são formas de tornar a governança próxima dos aspectos anteriores. Ter uma boa política de conformidade institucional, mas também sustentável.
Texto: Luciana Jost Radtke – Jornalista