Fumicultores cobram do governo federal uma posição favorável ao cultivo no país
Produtores continuam com preocupação em relação a falta de benefícios ao setor
O setor produtivo de fumo do país reivindica uma posição favorável do governo federal para a continuidade do cultivo no país. Além de cobrar uma garantia de renda para a diversificação de culturas nas propriedades. As comissões de Seguridade Social e Família; e de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural promoveram nesta quarta, dia 28, o seminário para discutir artigos da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), assinada pelo Brasil e em vigor desde 2005, que tem como objetivo combater o tabagismo em todo o mundo.
Entre outros pontos, a convenção estabelece que deverão ser buscadas alternativas economicamente viáveis para os trabalhadores produtores de tabaco nos países signatários. Segundo o representante do Ministério da Agricultura, Sávio Rafael, até o momento isso não aconteceu no Brasil.
– Devem ser propostas alternativas positivas para esses produtores, e não coercitivas e constrangedoras – afirmou.
De acordo com ele, a produção de fumo é uma das mais auto-sustentáveis do país, não dependendo do governo como outras culturas. Ele acrescentou que o Brasil é o terceiro maior produtor de tabaco e o maior exportador do mundo – 85% da produção são vendidas para outras nações. Hoje, o país tem cerca de 182 mil produtores de tabaco, sendo cerca de 160 mil na região Sul e 20 mil no Nordeste.
A representante do Ministério da Saúde, Tânia Cavalcanti, afirmou que os Estados e municípios produtores de tabaco devem com urgência diversificar sua matriz produtiva. Segundo Tânia, o foco da convenção não é proibir o plantio de tabaco, mas deter a epidemia do tabagismo, que já foi responsável por 100 milhões de mortes do século 20.