Fertilização bovina permite reprodução melhor e mais barata sem usar laboratório
Técnica apresentada pela Embrapa produz embriões com mais qualidade e rapidez
Uma técnica capaz de produzir embriões bovinos in vitro dentro da propriedade rural, com mais qualidade, rapidez e sem a necessidade de laboratório. Este é o método apresentado pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), durante a 40ª Expointer, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Em breve, o trabalho estará disponível no mercado, permitindo que o produtor alcance mais rápido a multiplicação animal.
Denominado TIFOI (Transferência Intrafolicular de Ovócitos Imaturos), o procedimento utiliza o processo reprodutivo natural do animal, o que possibilita maior qualidade e resistência aos embriões produzidos, além de reduzir custos. Os óvulos são aspirados da mesma maneira que na fertilização in vitro tradicional, mas ao invés de serem maturados em laboratório, são cultivados dentro do corpo da fêmea. Depois da ovulação, os óvulos são fecundados por inseminação artificial e, após uma semana, os embriões coletados podem ser criogenados (congelados) ou transferidos diretamente à vaca receptora.
Economia para o produtor
A técnica pode ser aplicada em todas as espécies que utilizam fertilização in vitro, como ovinos, equinos e bubalinos. “O custo para o produtor será o do médico veterinário, que vai fazer tudo na fazenda. É outra logística. Vemos na Expointer uma forma interessante de divulgar para o produtor preocupado com a genética, que utiliza inseminação artificial, que é quem vai se beneficiar”, explica a pesquisadora da Embrapa, Margot Dode.
Três bezerros nasceram a partir da aplicação da TIFOI, no campo experimental da Embrapa em Brasília (DF). O Brasil lidera o ranking da produção mundial de embriões bovinos pela técnica de fertilização in vitro. Segundo a Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE), dos 600 mil embriões produzidos por ano no mundo, 450 mil são brasileiros.
A utilização da nova técnica tende a impactar positivamente o mercado. “A partir do momento que tivermos profissionais aptos, vai depender do produtor avaliar o uso, beneficiando não só o rebanho, mas a produtividade nacional”, avalia Margot.
Em outubro, será realizado o primeiro curso no país, afim de capacitar médicos veterinários a aplicarem o procedimento.