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25 de janeiro de 2025
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Monteiro Lobato, o ambientalista


Por Redação Clic Camaquã Publicado 11/11/2019
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          Sempre fui um admirador da obra de Monteiro Lobato, não só pelos temas adequados ás crianças, mas também pelo conteúdo ambiental que aparece em quase todos escritos. Quem conhece a história do criador da “Emília”, sabe que muitas das suas obras estão ligadas a motivos ambientais. Sim, porque Monteiro Lobato foi uma pessoa que sempre defendeu o nacionalismo e o meio ambiente. Lutou pela nacionalização do Petróleo e foi preso pela radicalização desse propósito, isso aconteceu quando Getúlio Vargas era o Presidente da República.

          Lobato materializava sua luta ambiental nos livros que escrevia e foi com eles que conscientizava a população da época. Hoje, muitos seguem o mesmo caminho, mas devemos honras a ele pelo pioneirismo. Podemos dizer que suas obras misturavam competência literária com o ideal naturalista. Foi um crítico do latifúndio, defendeu com ênfase a preservação do verde, combateu as queimadas mesmo que fosse para o preparo das lavouras, combateu o aprisionamento de animais silvestres e a pesca predatória, combateu as drenagens de banhados, era contra a utilização de animais como cobaias e combateu o uso do fogo nos campos nativos.

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          A partir de uma visão crítica, misturada com o nacionalismo, Lobato mostrou os problemas ambientais mais importantes da época em que viveu, mas de lá para cá, com o desenvolvimento sem controle das indústrias, a prática da agricultura desordenadamente, a expansão das cidades sem planejamento e o consumo desenfreado, determinaram o aumento dos problemas ambientais. Em todos os locais podemos ver os sinais da degradação ambiental e cada dia que passa vai se tornando mais difícil e cara a solução para esses problemas.

          A situação que se apresenta, hoje, é bem diferente da época em que viveu Lobato, por certo que ele não mudaria o seu procedimento, mas seria, com certeza mais radical, principalmente, por concluir que a situação poderia ser bem diferente se a população e seus governantes tivessem modificado seus procedimentos. Leis foram criadas para essa finalidade, mas infelizmente não foram cumpriram, e, pior, a tendência agora é flexibilizar os compromissos com o meio ambiente.

          Mesmo que Lobato fosse um ambientalista ferrenho, nunca deixou transparecer que era contra o progresso, seu exemplo e de outros personagens que lutaram na defesa do Meio Ambiente, devem servir como baliza para os órgãos ambientais e para as ONGs que militam na defesa da Natureza.

          Na época Lobato foi sensível e identificou os impactos das atividades humanas, quando a maioria das pessoas não estavam preocupadas, certamente na atualidade, com o crescimento dramático dos problemas que afetam a água, o solo, a flora, a fauna e o ar que se respira, Lobato teria mais motivos para se preocupar, mas por incrível que possa parecer, os Governos estão mais preocupados em flexibilizar as Leis Ambientais para, segundo eles, destravar o desenvolvimento. Pensem nisso e continuem nos prestigiando.

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