A dinâmica das florestas
As florestas exercem uma função primordial nas bacias hidrográfica, influenciando especialmente no balanço hídrico. A presença da floresta propicia: a retenção das águas de chuvas aumentando a infiltração no solo; aumento da evaporação expondo a umidade nas folhas, com isso influencia decisivamente na umidade relativa do ar; absorvem o calor do sol, com isso, aproximam as máximas e as mínimas temperaturas; os processos vitais das árvores, principalmente pela fotossíntese retém o Carbono diminuindo o aquecimento global de planeta, também produz Oxigênio que somado à evapotranspiração beneficia diretamente a qualidade do ar e o conforto ambiental.
As matas nativas localizadas nas áreas de topos de morros, nas encostas muito íngremes, ao redor de nascentes, nas áreas de amortecimento de cheias, ao redor de mananciais de acumulação e nas margens de cursos de águas são consideradas de Preservação Permanente. Estas áreas estão contempladas em parte com a legislação vigente, mas elas são requisitos fundamentais das Leis Naturais. As Leis Naturais não são mutáveis pelo homem. Perante esta Lei não existe áreas de uso consolidado, elas sempre serão áreas de risco. Sua utilização gera desgraças e prejuízos freqüentes para a sociedade.
As matas nativas, que compõem as Áreas de Preservação Permanente (APP) estão previstas na legislação ambiental, definidas de acordo com sua localização e principalmente pela função ecológica que desempenha. Não podemos esquecer que a proteção ambiental é de interesse comun dos habitantes do local, da região e do País.
Em resumo podemos citar o que consta no próprio Código Florestal, é compromisso do homem: “preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas”.
As Áreas de Preservação Permanentes são restritas comparadas ao global da superfície disponível, restando uma enorme fatia, que pode ser utilizada pelos cultivos anuais, logo não justifica a invasão dessas glebas protetoras ambientais.
Analisando as matas nativas de proteção, não se pode estabelecer qual delas detém a maior importância, pois todas possuem suas características particulares, se diferenciam em alguns detalhes como: nos topos dos morros são decisivas para as recargas das águas do solo e dos aqüíferos, nas encostas estabilizam os taludes e nas margens dos mananciais estabilizam o solo e diminuem a velocidade da corrente quando das enchentes.
Atualmente as áreas de APPS estão bastante antropisadas (degradadas pelo homem). A utilização dessas áreas forma quase sempre lavouras ou habitações de alto risco, agrava o problema da degradação do solo e dos mananciais e elimina a função nobre de preservação ambiental. Elas necessitam cumprir a função ecológica prevista na lei dos homens e principalmente da natureza. A solução para o impasse seria pagar adequadamente os detentores dessas áreas, desde que fosse recuperada em toda sua plenitude. Pensem nisso.