A conservação do solo inicia na porteira
A expansão social, política e econômica de uma nação dependem da exploração racional da agricultura e pecuária, principalmente pela sua grandeza territorial, diversidade de solo e clima. Nessa linha de pensamento, não podemos desprezar a conservação dos recursos naturais renováveis, os quais são, a rigor, patrimônios nacional e coletivo e não bens transitório e particular.
Nesse contesto o solo além de fazer parte do elenco dos Recursos Naturais, é o propulsor do progresso pela sua capacidade de produzir. Para isso é fundamental a adoção de mecanismos capazes de manter sua fertilidade e as características físicas.
Partindo da constatação de que não existe terreno inteiramente plano e que por menor inclinação que tenha, quando desprotegido, o solo está sujeito ao desgaste ocasionado pelas águas das chuvas que sobre ele escorre, podemos dizer que é importante utilizar método de Conservação do Solo, mais ainda, que a escolha das práticas mais adequadas a cada situação, vai determinar a eficiência do seu emprego.
Por que a conservação do solo deve iniciar na porteira da propriedade? Simplesmente porque a locação das estradas internas de uma propriedade deve seguir o planejamento global das práticas. Este é o primeiro passo, elas devem sempre que possível acompanhar o nível do terreno. No caso de algum impedimento, as estradas devem estar protegidas por práticas como o terraceamento. Na mesma situação devem estar as cercas internas da propriedade. Em resumo esses equipamentos não podem sofrer nem causar problemas em decorrência do escorrimento das águas das chuvas.
Os procedimentos para a conservação do solo devem se embasar: na obstaculização do escorrimento da água, sendo o excesso derivado para locais seguros; na cobertura do solo; no aumento da matéria orgânica; e ainda no mínimo revolvimento do solo. Observando esses princípios podemos optar por um elenco de práticas que restabeleçam as condições naturais e protejam o solo.
O plantio direto é uma prática que contempla todas as recomendações acima descritas. Ele está muito difundido no Estado e teve muita influência no aumento da produção agrícola e beneficiou o solo gaúcho, mas é necessário fazer muito mais, uma prática não deve excluir outra. A preservação do solo só será eficiente quando houver um conjunto de práticas associadas entre si.
A pequena propriedade, ou a agricultura familiar é a que deverá ter a maior atenção do poder público, visando à defesa de seu patrimônio, não podemos esquecer que ela é, em última análise, a maior produtora de alimentos e a que sustenta, no conjunto, muitos postos de trabalho. Nesse universo a busca da compatibilidade do desenvolvimento e do progresso tecnológico com a manutenção e preservação do meio ambiente são os focos principais que devem ser buscado com muita força. No próximo texto vamos analisar uma prática de conservação do solo que é pouco utilizada, principalmente na agricultura familiar e que pode sozinha eliminar até 60 % da erosão do solo. Fique esperto e continue nos prestigiando.