Uma ode a Marco Aurélio Pereira
Pretensão minha entender que este despretensioso artigo represente uma ode. Afinal, além de não ser poeta grego, estou longe da poesia, mesmo brasileira. Embora admire a arte da rima. Não da poesia moderna, que não tem sonoridade. Apenas versos aleatórios.
Bem, mas não é o caso. O que pretendo, aqui e agora, é expressar minha admiração e estender o que puder em reconhecimento ao grande camaqüense que nos deixou na semana anterior: Dr. Marco Aurélio Colvara Pereira que, sem dúvidas, deixa uma lacuna na elite política camaqüense. De difícil preenchimento.
Conheci-o ainda jovem. Nossa idade diferenciava apenas um ano. Filho do competente gerenciador orizícola Pedro Castro Pereira com o qual, nos idos dos anos 60, tive boa convivência. Na época Marco Aurélio cursava a faculdade de agronomia.
Após o curso retornando para nossa terra, dedicou-se com os irmãos ao cultivo de arroz. Também foi nomeado pelo Governo do Estado para ser o administrador do Banhado do Colégio, cujos núcleos e lotes, princípio de uma tentativa de reforma agrária quando do anterior governo de Leonel Brizola, ficaram algum tempo, enquanto se discutiam as desapropriações, sob gestão do Estado. Mais tarde foi nomeado gerente da Cintea.
Na área política Marco Aurélio concorreu para Vereador em 1976, ocasião em que haviam dois únicos partidos: MDB e ARENA, elegendo-se. O mandado previsto para 04 anos teve uma prorrogação pelo Regime Militar e se estendeu até 1982. Nesse ano Marco Aurélio disputou pelo PDS a Prefeitura, sendo vencedor. Embora eu tenha disputado pelo PMDB o mesmo cargo e perdido, nunca houve entre nós nada além de oposição. Séria, elegante e respeitosa.
O ilustre amigo, posso afirmar que sempre tivemos uma singela amizade, voltou a disputar o Paço Municipal em 1988, não logrando êxito. Novamente se elegeu Vereador em 1996, para o quadriênio 1997/2000. Mais tarde retornou para a Câmara em 2013.
Sempre foi político de escol. No melhor sentido gaúcho. Na política, o que é normal, tinha adversários. Inimigos não. Como Prefeito foi excelente. Empreendedor. Bom administrador. Como Edil, excelente nos debates. Sério na defesa dos interesses do município. Um político estilo “velha guarda”. Como hoje não se faz mais. Não misturando política com sociedade e com família. Mas se fazendo respeitar em todas as áreas.