De Eça de Queiroz à Caixa de Pandora
Leia a coluna de Nelson Egon Geiger, advogado e comentarista de toda quarta-feira no programa Bom Dia Camaquã, transmitido através da Clic Rádio.
De Eça de Queiroz à Caixa de Pandora
“O escritor Eça de Queiroz disse que políticos e fraldas precisam ser trocados pelo mesmo motivo. Diógenes procurava um honesto com lanterna durante o dia. Deus disse a Abraão que salvaria Gomorra por 10 justos. Pandora abriu a caixa e segurou apenas a esperança.”
Poucos ainda acreditam na classe política. Mas ela é necessária para plenitude da democracia. Que exige liberdade total de imprensa, Judiciário independente e Legislativo para representar toda a nação, classes sociais e ideologias. Cabe ao eleitor separar o “joio do trigo”. Ou seja, colocar-se contra as idéias políticas nefastas.
Em decorrência de tantas notícias que pululam nos jornais, rádios e televisão todos os dias, envolvendo o Governo passado temos que se lembrar das notícias que a pouco mais de dois anos se referiam ao Governo passado de então; curiosamente com grande parte do pessoal que ocupa o Governo de hoje: “o mensalão e a lava jato”. Da época o Relator do 1º fato em Juízo, Ministro Joaquim Barbosa deixou o cargo e se apagou. E o outro, Ministro Teori Zavaski, morreu em um acidente de helicóptero.
Sabem o que dizia o autor Eça de Queiroz? Das maiores figuras de nossa literatura na 2ª metade do Século XIX, falecido em 1900, época que a Europa começava ser a grande iluminadora do Mundo; que Paris, onde ele morou era a cidade luz. Lisboa e Coimbra, onde passou maior parte da vida, Londres e Viena, onde também viveu inundavam a cultura mundial.
Dele a citação: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados freqüentemente e pela mesma razão”. Para o escritor tanto as fraldas, como os políticos, devem ser mudados em razão do que enche àquelas.
Por isso, 24 séculos antes de Eça de Queiroz, o filósofo grego Diógenes procurava um homem honesto, em plena luz do dia, com uma lanterna acesa. E, ainda antes, Deus disse para Abraão que salvaria Sodoma se encontrasse apenas dez homens justos (Genesis, 18.32).
Tanto Abraão como Diógenes sabiam que existia muito mais do que um honesto, embora pudessem ser poucos. Por isso é certo que existem e sempre existiram políticos corretos, decentes e honrados. Como existem governantes da mesma estirpe. Eleitos ou não.
As maledicências estão nos disparates. Depois de 14 anos que demonstraram os desatinos administrativos da corrupta e esquizofrênica esquerda petista, como bem espelhado no livro “A Década Perdida”do historiador e professor Marco Antônio Villa passados 06 anos e meio o grupelho voltou ao poder.
Como não apareceu nem “mensalão” e nem operação “lava jato” no interregno de seu afastamento resolveram inventar que a bagunça que, efetivamente merece repúdio pela desordem e quebra-quebra de bens públicos fora idealizada pelos integrantes do Governo anterior. Daí acusar o ex Presidente e integrantes de seu Governo. Se não se tem nem triplex, nem sítio, ou negociatas com empreiteiras se acusa que reunião antes das eleições para discutir preocupações era ilegal.
Pandora foi criada a mando de Zeus. Enviada a Terra para ser a primeira mulher levava consigo uma caixa com a recomendação de que jamais fosse aberta. Mas ela sem conter a curiosidade abriu e com isso liberou de seu interior todos os males até ali desconhecidos pelos homens (doenças, guerra, mentira, ódio, etc.). Então tentou fechar a caixa e manteve em seu interior apenas a esperança.
Quando se extrapolam poderes; perseguem-se quem deixou o País com “superávit” de 125 bilhões em 2022; e se favorece quem nem sequer pode andar nas ruas e em um ano apresentou um “déficit” de 234 bilhões, apenas nos resta a esperança trancada por Pandora. E nosso combate à esquerda comunista nas eleições deste ano.